ATA DA TRIGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 02-5-2012.
Aos dois dias do mês de maio do ano de dois mil e
doze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, respondida pelos vereadores Airto Ferronato, Bernardino
Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte,
Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, João Antonio Dib, João
Bosco Vaz, José Freitas, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mauro Pinheiro, Mauro
Zacher, Professor Garcia e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o
senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Dr. Goulart, Elói
Guimarães, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Kevin Krieger,
Maria Celeste, Mario Manfro, Paulinho Rubem Berta, Pedro Ruas, Sebastião Melo,
Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal. Do
EXPEDIENTE, constaram Ofícios do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da
Saúde, emitidos nos dias cinco, doze e dezessete de abril do corrente. Durante
a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Vigésima Sétima, Vigésima Oitava e
Vigésima Nona Sessões Ordinárias, da Sétima Sessão Extraordinária e da Quarta,
Quinta, Sexta e Sétima Sessões Solenes. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se a vereadora Fernanda Melchionna e os vereadores Carlos
Todeschini, Luiz Braz, João Antonio Dib, Elói Guimarães, Adeli Sell e Idenir
Cecchim. A seguir, foi apregoado o Memorando nº 010/12, de autoria do vereador
Professor Garcia, solicitando autorização para representar externamente este
Legislativo, hoje, no Ato de Assinatura dos Decretos que alteram as regras para
as atividades de entretenimento noturno no Bairro Cidade Baixa, às quinze horas
e trinta minutos, no Museu Joaquim Felizardo, em Porto Alegre, tendo o senhor Presidente determinado que o
vereador Professor Garcia e a vereadora Fernanda Melchionna representariam
externamente este Legislativo nesse evento, acompanhando Sua Excelência. Às
quatorze horas e cinquenta e sete minutos, constatada a existência de quórum,
foi iniciada a ORDEM DO DIA. Após, foram votados conjuntamente e aprovados
Requerimentos verbais formulados pela vereadora Sofia Cavedon e pelos
vereadores Bernardino Vendruscolo e Luiz Braz, solicitando alteração na ordem de apreciação
da matéria constante da Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação, foi rejeitado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 171/10 (Processo nº 3660/10), por oito votos
SIM, dez votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos
vereadores Dr. Thiago Duarte, Adeli Sell e Bernardino Vendruscolo, em votação
nominal solicitada pelos vereadores Engenheiro Comassetto e João Antonio Dib,
tendo votado Sim os vereadores Bernardino Vendruscolo, Dr. Thiago Duarte, João
Bosco Vaz, José Freitas, Márcio Bins Ely, Pedro Ruas, Tarciso Flecha Negra e
Toni Proença, votado Não os vereadores Airto Ferronato, Carlos Todeschini, DJ
Cassiá, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, João Antonio Dib, João Carlos Nedel
e Kevin Krieger e as vereadoras Maria Celeste e Sofia Cavedon e optado pela
Abstenção o vereador Beto Moesch. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo n° 052/11 (Processo nº
3884/11), após ser discutido pelos Vereadores Engenheiro Comassetto, Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Dr. Goulart, Alceu Brasinha, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Carlos Todeschini. Em Discussão Geral e
Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/11 (Processo
nº 3665/11), o qual teve sua discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento,
aprovado, de autoria do vereador João Antonio Dib. Em Discussão Geral e
Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 056/12 (Processo nº 0660/12). Em Discussão Geral
e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 246/11 (Processo nº 3840/11), após ser discutido
pelo vereador Adeli Sell. A seguir, foi apregoado documento de autoria do
vereador Mario
Manfro, Líder
da Bancada do PSDB, informando que Sua Senhoria passaria a integrar a da Comissão Parlamentar de Inquérito destinada
a apurar os fatos relacionados à parceria estabelecida entre a Prefeitura
Municipal de Porto Alegre e o Instituto Ronaldinho Gaúcho. Também, foi
apregoado Requerimento de autoria do vereador Dr. Thiago Duarte, solicitando renovação da
votação do Projeto
de Lei do Legislativo nº 171/10. Às dezesseis horas e trinta e dois minutos, o senhor
Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 072/11, discutido pelos vereadores Carlos Todeschini, Adeli Sell e Professor Garcia, 074 e 028/12,
este discutido pelo vereador Professor Garcia, os Projetos de Lei do Executivo nos 025 e 026/12, este
discutido pelo vereador Elias Vidal, e os Projetos
de Resolução nos 010 e 014/12, este
discutido pelo vereador Professor Garcia; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 004/12, discutido pelo vereador Márcio Bins Ely, e
o Projeto de
Lei do Legislativo
nº 065/12. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Paulinho
Rubem Berta, Dr.
Thiago Duarte e
Tarciso Flecha
Negra. Após, foi
apregoado documento de autoria do vereador Tarciso Flecha Negra, Líder da Bancada do PSD, informando que Sua
Senhoria passaria a integrar a da Comissão
Parlamentar de Inquérito destinada a apurar os fatos relacionados à parceria
estabelecida entre a Prefeitura Municipal de Porto Alegre e o Instituto
Ronaldinho Gaúcho. Na oportunidade, o vereador Elias Vidal procedeu à
entrega, ao senhor Presidente, de Requerimento solicitando a realização de
audiência pública para debater a destinação de espaços no Parque Farroupilha
para circulação e permanência de cães sem o uso de guia e coleira. Ainda, por
solicitação do vereador João Bosco Vaz, foi efetuada verificação de quórum,
constatando-se a existência do mesmo. Durante a Sessão, foram registradas as presenças,
neste Plenário, de
alunos e da professora Flávia de Almeida, da Escola Estadual de Ensino
Fundamental Cidade Jardim, em visita orientada integrante do Projeto de
Educação Política desenvolvido pela Seção de Memorial deste Legislativo, e da senhora Cindy Youssef, intercambista
do Rotary Club Internacional, Coordenadora dos Programas de Liderança em
Diversidade no Instituto Riley. Às dezessete horas e vinte e seis minutos,
constatada a inexistência de quórum, o senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos vereadores Mauro Zacher, Haroldo de Souza e
Carlos Todeschini e secretariados pelo vereador Carlos Todeschini. Do que foi
lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos
senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, eu queria, neste período de
Liderança pelo PSOL, em primeiro lugar agradecer ao Líder Pedro Ruas, e fazer
uma comunicação, Ver. Carlos Todeschini, referente ao Dia internacional do
Trabalhador, que foi no dia de ontem. Parece-me que é fundamental essa
comunicação, porque, infelizmente, há um setor da imprensa e certos veículos de
comunicação que tentam se apropriar de uma data conquistada pelos
trabalhadores, tentam dizer que o dia 1º de Maio é o dia do trabalho, e não o
Dia do Trabalhador. Pode parecer uma diferença pequena, passar imperceptível
para um setor da população, mas não é uma diferença pequena, é uma diferença
essencial entre a concepção de um dia de luta da classe trabalhadora por
direitos e um dia mera e exclusivamente de celebração ao trabalho.
O Dia internacional do Trabalhador nasceu em
1886, na cidade de Chicago, quando milhares de trabalhadores lutavam pela
redução para 8 horas de trabalho. Aqueles que gostam da história lembram que
antigamente os trabalhadores trabalhavam 14 horas por dia, 16 horas por dia,
mulheres, crianças. E houve muita luta da classe trabalhadora internacional
para que houvesse essa redução de jornada de trabalho.
Começou em Chicago, em 1886, e dezenas de
trabalhadores foram perseguidos, inclusive assassinados por se mobilizarem. Em
1889, a Internacional
Socialista decretou o dia 1º de Maio como um Dia Internacional de luta de toda
a classe trabalhadora por uma carga horária de trabalho digna; eu não diria
justa, porque é justamente da diferença do trabalho que é realizado dentro das
fábricas que o Marx falava da mais-valia, ou seja, o excedente do trabalho para
garantir a lucratividade do capital. E esses trabalhadores mudaram a história,
mudaram, inclusive, a nossa história, de muitos de nós, não de todos ainda,
porque a informalidade assoma no nosso País, e as horas extras, transformadas
em banco de horas, consomem boa parte da jornada dos trabalhadores, mas a
maioria conquistou as oito horas como um direito dos trabalhadores, que foi
fruto dessa mobilização.
Então, eu queria falar
nesta tribuna da importância do Dia internacional dos Trabalhadores, das
mobilizações históricas que garantiram que nós tivéssemos direitos hoje, e das
mobilizações que ainda estão por vir. Porque, se é verdade que a classe
trabalhadora se organizou e conquistou muito, também é verdade que tem muito
mais a ser conquistado, como o aumento do salário mínimo; o direito a uma
aposentadoria digna - porque, infelizmente, a diferença entre o salário dos
aposentados e dos servidores da ativa ainda impera no nosso País -; a luta pelo
fim do fator previdenciário, que foi vetado pelo Governo Lula, no meio da Copa,
para não chamar a atenção dos trabalhadores, que também é uma pauta de hoje; a
redução da carga horária de trabalho; a luta contra o assédio moral, como fazem
os trabalhadores municipários; a luta por um reajuste digno; e por que não a
luta dos trabalhadores da Câmara, que lutam pelos 100% da Gratificação de
Incentivo Técnico, também é parte da mobilização de uma categoria, que se
organiza e pressiona para defender os seus direitos. E é fundamental que o dia
1º de Maio entre para a história, ou melhor, siga na história, porque ele já
entrou para a história como um dia de luta, como um dia de mobilização.
Não
é à toa que ontem, na França, na Grécia, em Taiwan, na Espanha, em dezenas de
países no mundo inteiro, foram feitas mobilizações com milhões de pessoas na
rua, em que os trabalhadores e a juventude se levantaram para que o povo
trabalhador não pague a conta da crise do capitalismo, da crise dos banqueiros,
da crise das elites, que sempre querem repassar para a classe aquilo que eles
mesmos provocaram.
E
em alguns lugares do Brasil houve um 1º de Maio de luta. Eu lamento muito ver
as Centrais Sindicais fazerem do Dia do Trabalhador apenas um dia de festa e
não um dia de mobilização, pois ainda tem muito a ser conquistado, no nosso
País e no mundo, no que diz respeito ao direito dos trabalhadores, e o dia 1º
de Maio é parte da luta por um trabalho que não seja alienado, explorado,
expropriado pelos capitalistas.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Carlos Todeschini está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher;
Vereadores, Vereadoras, público que nos assiste, Ver. Adeli Sell, nosso
boa-tarde, eu venho aqui fazer uma manifestação da nossa Bancada acerca das
preocupações que envolvem a situação conjuntural nacional. Todos que têm
acompanhado os jornais devem estar estarrecidos, pelo menos os de boa-fé, Ver.ª
Fernanda, pois acreditavam que o tal Senador Demóstenes era o paladino da
moral, dos bons costumes e da ética no Brasil. Quantos se iludiram?! Agora, o
que está por trás de todo esse jogo, um jogo bancado pela oposição, patrocinado
pela revista Veja... E os senhores são testemunhas de quantas vezes eu disse
aqui que rasguei a assinatura da revista Veja, pois a considero um lixo - Ver.
Cecchim, o senhor que defende a revista Veja - de instituição nacional, que não
merece nenhum crédito, porque se prestou ao jogo do crime organizado no Brasil,
ao jogo de uma oposição, que tinha a revista Veja, alguns amigos da Editora
Abril e outros grandes órgãos de comunicação nacional acobertando o crime,
acobertando o ilícito, acobertando a contravenção! E mais grave, Ver.ª
Fernanda, sabe o que eles faziam? Pegavam o dinheiro do jogo, dividiam com o
Senador, patrocinavam campanhas, elegiam Deputados, Senadores, tinham no seu
esquema policiais regionais, agentes da Abin aposentados e delegados da Polícia
Federal. Pasmem! E o que foi aquilo que nós vimos nas cenas do jornal Nacional
desta semana? Um delegado mandando um recado: “Nós vamos fazer um trabalho em
Brasília, mas não se preocupem porque não é com a gente”, Ver. Freitas. Mas
aonde nós chegamos? Agora, essa máscara está caindo. Aqueles que se pautaram,
que posaram de paladinos da moral, da ética e das boas condutas no Brasil estão
completamente desmascarados. Mas o mais grave é que eles também influenciaram
no jogo econômico nacional. Vejam só, essa construtora das relações, essa
construtora que hoje, talvez, seja a maior detentora de contratos públicos no
Brasil. Agora dá para entender porque isso acontece: na medida em que ainda não
foi declarada uma empresa inidônea e que não pairava suspeita sobre ela,
concorria em condições completamente desiguais, ou seja, em vantagem para
ganhar contratos públicos, possivelmente para esquentar, para lavar dinheiro
proveniente do crime; um jogo que envolve governos regionais, governos
municipais, que envolve, talvez, alguma coisa do Supremo, que envolve coronéis,
entre aspas, da Polícia, seja ela Militar, Civil, Federal – eu sei que não
existem coronéis da Polícia Federal, estou falando de uma figura de linguagem
–, ou seja, mandantes, autoridades que patrocinaram esse jogo, que tinha como
principal agente o Sr. Carlinhos Cachoeira, e que tinha como sócio uma figura
que foi líder da oposição no Senado, paladino da ética, dos bons costumes e da
boa política nacional, que se chama Demóstenes Torres! Vejam só quem era esse
sujeito! Vejam só, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras e público que nos assiste!
Mas essa máscara caiu! A oposição, que fez coro para prejudicar o Governo Lula,
a Frente Popular, também caiu, e, possivelmente, metade da República também vai
cair; cair em desgraça, porque foi o que eles fizeram! E o Brasil precisa
apontar uma saída, uma saída institucional para a crise que vai se apresentar.
Para mim, só com uma nova Constituinte...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, na mesma linha do Ver. Carlos
Todeschini, porque, afinal de contas, Ver. João Dib, nós temos que esclarecer
que não apenas a revista Veja pode distorcer aquilo que ela publica, mas uma
revista bem próxima da corrente de V. Exa., Ver. Todeschini, que é a revista
Carta Capital, também é tremendamente comprometida com o seu Partido. Então,
hoje, nós temos realmente uma dificuldade muito grande em acreditarmos em
publicações, em qualquer grupo editorial, porque todos eles estão
comprometidos. Todos necessitam de patrocínios que, infelizmente, acabam
ditando a qualidade da notícia que é veiculada.
Mas uma verdade que V. Exa. colocou é que metade
da República deve cair, se essa CPI tiver sucesso. E nós vamos esperar que isso
realmente aconteça. Porque ela não vai averiguar – se ela realmente for uma CPI
honesta – apenas um Partido político. Infelizmente ou felizmente, os problemas
envolvendo o Carlinhos Cachoeira e a empresa Delta, que está em todos os ramos:
no lixo, na construção civil... É muita coisa que abarcou a Delta. Inclusive o
próprio Sr. José Dirceu, que ainda não foi citado, também é envolvido com a
empresa Delta. Então o que vamos ver ainda surgir de averiguações,
investigações, de notas a serem publicadas, através desse trabalho que essa CPI
vai fazer, com toda certeza, pode fazer ruir metade, pelo menos, dessa
República.
Eu lembro, Ver. Todeschini, que, quando nós
estávamos discutindo o mensalão, eu pensava que metade da República iria cair,
mas o que vi, logo em seguida, é que todos aqueles que foram, praticamente,
fuzilados
moralmente, durante o processo do mensalão, todos eles ou se elegeram novamente
ou ganharam altos cargos e novamente se sobressaíram na República. E, agora,
Ver. João Dib, infelizmente, o processo vai ser julgado num momento em que, na
verdade, ninguém mais pode ser condenado. As pessoas vão ser julgadas, dentro
daquele processo, mas o prazo já expirou, Ver. Elói Guimarães... Prescreveu é o
termo certo – eu estava buscando o termo certo e o rábula, meu amigo, Ver. João
Bosco Vaz, acabou me dando o termo correto. O processo prescreveu e
infelizmente todas essas pessoas que vão ser julgadas pelo Supremo Tribunal
Federal não vão, na verdade, nem para a cadeia, nem vão ter maiores
consequências. Muita gente enriquecendo, muita gente roubando dinheiro, muita
gente ainda encostada em cargos do Governo Federal, mas ninguém precisando
pagar absolutamente nada. Então, Ver. Todeschini, hoje, infelizmente, não
podemos mais dizer: “Olha, esse Partido, realmente, se chegar lá vai ser o
baluarte na defesa do moral, da ética.” Porque, infelizmente, vemos que os
Partidos políticos, num todo, quando vão chegando ao poder, vão se virando para
o lado da corrupção e vão tentando, de uma forma ou de outra, se locupletar de
uma forma maior. Isso se refere a qualquer dos Partidos. O de V. Exa., Ver.
João Antonio Dib, infelizmente naufragou; o meu também naufragou como Partido;
o do Ver. Todeschini também. Todos aqueles que chegaram ao poder...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Mauro Zacher): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu ando
muito preocupado com os relógios suíços. Eu não sei por que o ex-Presidente da
República e a atual Presidente têm que fazer a sincronização dos relógios.
Dizem que não precisa sincronizar porque os relógios deles são suíços, mas
ninguém explicou bem por que o Lula queria a CPI do Cachoeira. Por que o Lula
queria, se o José Dirceu era o assessor da Delta, o homem que resolvia os
problemas da Delta, junto ao Governo Federal? E os grandes projetos do Governo
Federal estão todos lá ainda nas mãos da Delta. Por que o Lula queria a CPI?
Para apagar o mensalão, que vai chegar no Zé Dirceu e talvez chegue no próprio
Lula, em que o Cachoeira talvez chegue no Lula também? Tenho todas as dúvidas
do mundo contra essas vestais que tem aí na política brasileira. É claro que
nós temos uns que são tão corruptos que toda a população sabe, como o Sarney,
Jader Barbalho, Renan Calheiros, Romero Jucá, e outros tantos que estão em
pendências com a Justiça Federal e que nós sabemos muito bem. Mas agora quero
saber da sincronia dos dois relógios. Por que não há sincronia entre o “ministério”
que o Zé Dirceu mantém em um hotel lá perto do Palácio do Planalto e o Palácio
do Planalto? Por que tem que ser intermediado pelo relógio do Lula? Qual é o
problema do relógio lá do PT, que agora encontraram o Demóstenes Torres?
Realmente é uma vergonha para a política brasileira, sem dúvida nenhuma. Se o
Sarney fizesse uma barbaridade dessas, mais uma, aliás, não seria nenhuma
preocupação, ninguém ficaria alarmado, ninguém pensaria nada de mais, mas é
claro que o Demóstenes Torres, um homem que foi Procurador, Delegado de
Polícia, Secretário de Estado - pelo amor de Deus! -, Senador da República, que
condenava a corrupção de uma maneira forte e vibrante, e eu tenho que lastimar
o tempo que perdi ouvindo essa figura, pensando que era um homem sério! Ele, se
tivesse ainda um resquício de seriedade, tranquilamente sairia da vida pública,
e não se falaria mais no seu nome, e não se teria mais nenhuma lembrança dessa
triste figura, que o Ver. Todeschini lembrou muito bem, mas esqueceu do
assessor do Cachoeira, Zé Dirceu, que está esquecido, aliás, está apagado, sabe
manobrar nas sobras, tranquilamente, e não tem problema nenhum. Então, a Revista
Veja é que não presta? Não, não é a imprensa que não presta. Não presta é o Zé
Dirceu, não prestam aqueles que acompanham o Zé Dirceu. Esses não prestam!
Agora, a Revista Veja, leiam ou não leiam, não faz diferença nenhuma. Se não
leem na Veja, leem nos outros jornais as barbaridades que estão ocorrendo neste
País, que troca de Ministério de semana em semana, que leva meses para colocar
o Ministro do Trabalho.
E a Ver.ª Fernanda lembrou que ontem era 1º de
maio, Dia do Trabalho. E a frase mais importante que eu vi sobre o trabalho
está impressa, lá na parede da Prefeitura, em letras douradas: “O trabalho é o
maior fator de elevação da dignidade humana.” Nós precisamos dar trabalho para
os brasileiros. Mas, por enquanto, nós gastamos o dinheiro dos brasileiros na
corrupção! Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Sr.
Presidente, Ver. Mauro Zacher; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, o Ver. João
Antonio Dib esqueceu de dar o nome do autor da frase, no Paço Municipal, no
busto de Getúlio Vargas. É ele o autor daquela frase: “O trabalho é o maior
fator da dignidade humana.”
Aliás, falar em 1º de maio, aqui no Brasil, e
não mencionar Getúlio é algo inexplicável! Falar na história deste País, na
Revolução de 1930, com o processo que se desencadeia da industrialização, aí
nasce o Brasil obreiro, aí nasce o Brasil trabalhador... E Getúlio concebe a
Consolidação das Leis do Trabalho. Então, são valores históricos que não
podemos esquecer. Por isso o PTB está na tribuna. Em nome do PTB, nós estamos
consignando aos Anais da Casa o 1º de maio, com essa visão exatamente de
justiça àqueles que, ao lado
dos trabalhadores, construíram a nossa Pátria através do seu labor, do seu
trabalho. O trabalho é fator fundamental da economia, não há economia sem
trabalho, e não há trabalho sem trabalhador. O Partido Trabalhista Brasileiro
não rejeita o capital, nós entendemos que o capital é um fator importante, mas
ele não se compara ao trabalho, ao trabalhador. Esse, sim, é o fator que
desencadeia a economia através do trabalho. Portanto, fica aqui a manifestação
do Partido Trabalhista Brasileiro para deixar consignada a data de 1º de Maio,
que, no passado, carregava conotações que não as de hoje, é bem verdade, que se
transforma em feriado e festejo. No passado, havia o conteúdo de defesa do
trabalhador, de alusão às figuras eminentes da República, como Getúlio Vargas,
e da Consolidação das Leis do Trabalho, que, por muitos, vez por outra, são
ameaçadas.
Fica
a nossa manifestação em nome do Partido Trabalhista Brasileiro e, em especial,
da nossa Bancada para consignar esta data como algo que deve servir a
meditações, para que não se permita que o trabalhador perca o que já conseguiu,
já que ele é fator fundamental para que a economia se desenvolva e produza
benefícios àqueles que efetivamente constroem a grandeza da Nação. Fica aqui a
nossa homenagem aos trabalhadores brasileiros, como dizia Getúlio Vargas,
estabelecendo, como se fez ontem por todo o País, o 1º de Maio como marco
fundamental para o desenvolvimento do País, da Nação. Obrigado, Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. ADELI SELL: Não preciso, Ver. Mauro Zacher, nosso
Presidente, me espelhar em revista A, B, C ou D, mas de uma coisa eu tenho
certeza: a Veja é uma revista bandida, e isso V. Exa. não vai negar, assim como
a Cruzeiro também foi, falava segundo o pagamento. As provas são claras, não
precisa ver, é só ouvir os áudios da Polícia Federal para saber que a Veja se
guiava pelo dinheiro que o Cachoeira injetava na revista, inclusive para acusar
pessoas que não têm nada a ver com o peixe. Então, esse debate para saber quem
é o mais santo, o menos santo, etc. e tal eu vou deixar, porque esse é um
debate que eu acho que não acrescenta, nós temos que saber o que está
acontecendo com a República brasileira. De uma coisa eu tenho certeza, Ver.
Todeschini: com a baixa dos juros, a vida do povo vai melhorar muito. Com o
programa Minha Casa, Minha Vida, com os financiamentos da Caixa Federal para
casa própria, muita gente deixou de pagar aluguel. Por isso o povo aplaude a
Presidente Dilma Rousseff. Eu sei de uma outra coisa também: agora, neste mês
de maio, vai ter o Feirão da Caixa, e as senhoras e os senhores poderão ver o
que a Caixa vai disponibilizar de recursos para a casa própria e para o pessoal
que recebe de zero a três salários mínimos, que poderá comprar, com juros
subsidiados, a sua geladeira, a sua máquina de lavar. Vai melhorar a vida da
dona de casa da periferia, ela não vai mais ralar num tanquinho de fundo de
quintal, ela vai poder comprar a sua máquina de lavar! É por isso que tem muita
gente indignada, Ver. DJ Cassiá. Vossa Excelência e eu, que conhecemos os becos
da Cruzeiro, da Vila Pinto, do Cristal, da Parada 3 da Lomba do Pinheiro, nós
sabemos o que significa uma geladeira para esse povo pobre, sabemos o que
significa uma máquina de lavar. Por isso que tem tanta indignação!
Também
quero lembrar aqui, Ver. Cecchim, que, dias atrás, nós tivemos a presença do
maior antropólogo vivo deste País: Roberto DaMatta. Ele não é identificado com
o meu Partido político, mas ele disse algumas coisas muito claras. Se o jogo do
bicho, no Brasil, não tivesse sido colocado na ilegalidade pela esposa do Dutra
e se os outros governos que chegaram à Nação tivessem legalizado o jogo, não
haveria o Cachoeira. Eu já disse isso outra vez aqui, me desculpem os senhores
doutos do Ministério Público do Rio Grande do Sul, que fizeram algumas cruzadas
contra o jogo, mas isso ajuda a ilegalidade, é o contrário! Não haveria o
Cachoeira e a força do Cachoeira se o bingo fosse legalizado. Eu posso sair com
qualquer um dos senhores e das senhoras daqui e, pela Cidade, posso lhes
mostrar onde os bingos estão funcionando. Agora, é claro que, na ilegalidade, o
jogo serve para lavar dinheiro. Mas a construção civil, em Florianópolis,
também serve para lavar dinheiro. E nós vemos o governo paralelo que foi
montado através do Cachoeira, financiando governos, montando esquema dentro do
Governo de Goiás. Nós queremos combater todo tipo de corrupção, nós não
queremos contratos duvidosos. Agora, eu gostaria de que os líderes do Governo
não precisassem ser cobrados e viessem aqui explicar... Por exemplo, eu vou
fazer um Pedido de Informações, pois eu quero saber dos R$ 43 milhões que foram
pagos para a Delta, de 2007 até agora, quanto foi da coleta especial e quanto
foi da capina e da roçagem. Se da capina e da roçagem forem valores altos, eu
vou começar, Fernanda, a questionar esse contrato com a Delta em Porto Alegre,
porque eu vou para as ruas de Porto Alegre – pelo menos, eu vou para as ruas de
Porto Alegre – e vejo a grama tomando conta de tudo e o lixo tomando conta da
Cidade. Então, devagar com o andor. Respondam essas perguntas, por favor.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, eu escutei atentamente o discurso inflamado do Ver. Todeschini
contra a revista Veja, e eu não tenho nada a dizer. Eu tenho assinatura da
revista, como tenho de outras, então, não farei defesa de nenhuma revista, até
porque não tenho tanta competência.
Escutei
atentamente o discurso do Ver. Adeli Sell e concordo com quase tudo o que ele
disse. Concordo que, se o jogo fosse liberado, não haveria esses “castor de
andrade”, esses tantos aí do Rio de Janeiro. Acho que até o Bangu teria ficado
melhor, porque ele só recebeu uma injeção, Ver. Tarciso, o Banguzinho ficou
grande na época em que o Castor investiu dinheiro, depois o jogo baixou, e o
Bangu quebrou. Mas o Cachoeira ficou grande depois do episódio em que o
Presidente Lula proibiu o jogo. Eu gostei muito do discurso do Ver. Adeli Sell
que denunciou aqui a mulher do Presidente Dutra, foi a primeira proibição do
bicho, só que o Lula proibiu o bingo no Brasil. E, a partir daí, o Seu
Cachoeira ficou grande. Eu não sei se não tem tudo a ver esse troço! Eu já
estou começando a desconfiar! Estou começando a desconfiar porque deu uma
coincidência enorme. Antes de o Lula proibir o bingo no Brasil, não se ouvia
falar no Cachoeira! Não existia o Cachoeira! Aí o Lula proíbe o jogo, e o
Cachoeira cresce na clandestinidade. O Lula proibiu o bingo, e o Cachoeira
começou a ficar sócio de tudo que é empresa pelo Brasil afora. Que coincidência
danada! Ainda bem que não foi a Veja que falou isso! A Veja acho que nem
insinuou isso.
Eu
acho que o Lula também não fez pelo Cachoeira, foi sem querer, mas foi uma
grande barbeiragem do Presidente. Ele quis fazer uma média, digamos assim, com
setores das igrejas e proibiu o bingo. Só que, com isso, é capaz de ter dado o
maior tiro no pé de todos os tempos porque, agora, vai remexer no “mensalão”,
nessas coisas todas que aconteceram no final e durante o seu Governo. Foram
muitos “cachoeiras”, passaram verdadeiras cataratas, como Itaipu.
No
Governo Lula, o Cachoeira era uma lagoazinha, era um riozinho perto dos
escândalos que aconteceram no Governo Lula. Imagine só, Ver. Dr. Goulart, o
Cachoeira perto do Zé Dirceu. Mas ele é um mosquitinho! Ele é um mosquitinho da
cachoeira! Imagine o tamanho da cachoeira do Zé Dirceu! E do Genuíno! O Genuíno
agora é do Ministério da Defesa. Não é pouca coisa: é do Ministério da Defesa.
O irmão dele não disse onde ele botou o dinheiro das cuecas, ninguém sabe de
nada.
O
Cachoeira continua enriquecendo – tudo isso no Governo Lula. O Cachoeira é
fruto dessa época em que descambou a corrupção no Brasil. E uma coincidência
enorme é que começou a crescer a cachoeira – porque, antes, era uma sanguinha,
pequenininha, umas gotinhas de água – quando o Lula proibiu o jogo no Brasil, e
essas gotinhas de água se transformaram numa cachoeira, na clandestinidade.
E
esse tiro no pé vai custar caro, porque essa CPI do Cachoeira, em vez de
esconder o escândalo do mensalão, está reavivando a memória do povo brasileiro.
Está reavivando a memória do povo brasileiro a que custo a popularidade de 70%,
80% do Lula foi atingida.
Acho
que está na hora de nós refletirmos um pouco. Não tem muito santo nessa turma,
não tem ninguém inocente nessa coisa e tem muita gente perdendo o sono, sim - e
de todos os Partidos. Eu não estou nem aí; eu quero que limpem quem está sujo.
O Brasil precisa dormir de banho tomado e que se tire essa sujeira que tem, doa
a quem doer, seja de qual Partido for.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Quero saudar a Escola Estadual de
Ensino Fundamental Cidade Jardim pela presença. Sejam muito bem-vindos. São 22
alunos, que estão acompanhados da Prof.ª Flávia de Almeida. Essa atividade faz
parte do Projeto de Educação Política, que o Memorial desta Casa desenvolve com
as escolas de Porto Alegre. Muito obrigado pela presença de vocês. (Palmas.)
Apregoo
representação dos Vers. Professor Garcia e Fernanda Melchionna no ato de
assinatura dos Decretos que alteram as regras para as atividades de
entretenimento noturno no bairro Cidade Baixa, a realizar-se às 15h30min do dia
2 de maio de 2012.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher
– às 14h57min): Havendo quórum,
passamos à
A SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Solicito a inclusão do PLL nº 222/11 na
Ordem do Dia de hoje.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO
(Requerimento): Solicito
a inclusão do PLL nº 056/12 na Ordem do Dia de hoje.
O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Solicito a inclusão do PLL nº 246/11 na
Ordem do Dia de hoje.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em votação os Requerimentos dos Vers.
Sofia Cavedon, Bernardino Vendruscolo e Luiz Braz. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que os aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADOS.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 3660/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 171/10, de autoria do Ver. Dr. Thiago Duarte,
que determina a instalação de dispositivo de proteção nas margens de calçadas
ou terrenos que apresentam desnível em relação à pista de rolamento dos
logradouros públicos municipais.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Pedro Ruas: pela inexistência de óbice de natureza
jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela rejeição do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Nilo Santos: pela rejeição do Projeto
(empatado);
-
da CEDECONDH. Relator Ver. Nelcir Tessaro: pela rejeição do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 24-10-11.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em discussão o PLL nº 171/10. (Pausa.)
Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) O Ver. Dr. Thiago Duarte está
com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 171/10.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Presidente, só para iniciar, este singelo
Projeto está tramitando nesta Casa desde 2010, e, sem dúvida nenhuma, busca
estimular a instalação de dispositivos de proteção nas margens de calçadas e
terrenos que apresentam desnível em relação à pista de rolamento dos
logradouros públicos municipais. Por quê? Muitas vezes nós observamos que
aqueles logradouros municipais cujas pistas apresentam um grande desnível em
relação ao restante da calçada e do terreno acabam fazendo com que condutores
sofram acidentes, que, efetivamente, acarretam um maior número de óbitos,
qualificando e quantificando ainda mais as nossas estatísticas no que se refere
às mortes pelo trânsito. A Prefeitura já tem adotado diversos estudos nesse
sentido.
Fizemos
em conjunto este Projeto de Lei e reiterados Pedidos de Providências para que
se possa efetivamente evitar as mortes no trânsito.
Hoje
o que a gente tem observado é um grande esforço social no sentido de evitar
cada vez mais as mortes no trânsito. A nossa experiência no DML como legista
mostra que as irregularidades nas pistas não tão bem resguardada são, sem
dúvida nenhuma, se não a principal, uma das principais causas vinculadas aos
acidentes com morte, principalmente naquelas em que o condutor ou os
tripulantes do carro, até pelo não uso do cinto de segurança, acabam não
ficando dentro do veículo e sendo projetadas para fora.
Este
Projeto tem o objetivo de estimular que, nessas situações de declive, se possa
guarnecer melhor os motoristas, os pedestres e as pessoas que utilizam a
ciclovia. Em suma, Ver. Professor Garcia, é isso que este Projeto objetiva.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Adeli Sell está com a palavra
para encaminhar a votação do PLL nº 171/10.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher;
colegas Vereadoras e Vereadores, respeitosamente, meu caro Ver. Thiago, quero
dizer que este Projeto é um equívoco, um grande equívoco.
V.
Exa. tem que discutir os casos, fotografar casos de desníveis, problemas de
calçadas, desníveis em relação à pista de rolamentos com a EPTC. Sua função de
Vereador, a minha, a sua, a de todos nós aqui é fiscalizar. Colocar obstáculos
é o fomento para o motorista imprudente continuar fazendo imprudências! É o
fomento para que, em algumas esquinas, motoristas continuem fazendo
barbaridades, subindo nas calçadas, não respeitando os sinais!
Além
de tudo, isso aqui inferniza a vida do cadeirante, inferniza a vida dos cegos,
inferniza a vida dos idosos. Este Projeto é um equívoco do primeiro ao quinto,
é um erro. Em Porto Alegre temos um gravíssimo problema de acessibilidade, e
infelizmente este Governo Municipal errou, e nós aqui também temos culpa,
porque acredito que praticamente todos votamos favoravelmente à criação da
Secretaria de Acessibilidade. Deveríamos ter o trabalho de acessibilidade na
EPTC, onde há os técnicos, onde há pessoas capacitadas, treinadas para isso,
porque isso está dentro do Código de Trânsito Brasileiro.
Então,
em primeiro lugar, é um equívoco a continuação dessa Secretaria, porque não
disse a que veio, e não serve absolutamente para nada; deveria estar cuidando
disso.
Ver.
Cecchim, V. Exa. que é da Zona Norte, que conhece a Av. Assis Brasil, de palmo
a palmo, tente caminhar nas calçadas da Av. Assis Brasil - não é de agora,
diga-se de passagem. É um absurdo! Inclusive alguns burocratas da Prefeitura,
não lembro o ano - também não interessa, porque são sempre os mesmos burocratas
que mandam e desmandam -, fizeram uma mudança para atravessar a rua, mas não
mudaram em absolutamente nada o local por onde os cadeirantes descem ou sobem.
É um absurdo! Porto Alegre é um atraso nessa questão, e o Ver. Thiago Duarte me
vem com uma ideia equivocadíssima. Isso fomenta a continuidade da bagunça, de
não se preocupar com a questão da acessibilidade; pelo contrário, faz com que
as barbaridades de os motoristas andarem em alta velocidade, baterem em casas,
porque em tal lugar tem uma curva e tem que ter obstáculos. Por que ter guard-rail na Av. Ipiranga? Agora o
arroio Dilúvio é culpado, porque as pessoas “voam” na Ipiranga e caem dentro do
arroio Dilúvio. Disse certa feita uma pessoa ilustrada, porque, infelizmente,
sofreu uma tragédia na família, que queriam botar guard-rails ou obstáculos próximos a árvores ou postes de luz -
convenhamos, gente!
Temos
que ter uma visão global da Cidade, de harmonia, de paz, de educação no
trânsito. Deveríamos estar, sim, chamando aqui o grupo que trabalha a questão
do trânsito em Porto Alegre, que, por sinal, é uma equipe interessante, que
precisaria ter mais gente, ter mais recursos; mas o caixa da EPTC foi esvaziado
pela gestão Luiz Afonso Senna, que gastou o que podia e o que não podia numa
publicidade ridícula, que não ajudou em nada. Isso, sim, que nós temos que
discutir; não estou discutindo a gestão Cappellari, estou discutindo a gestão
anterior, ou seja, que enterrou a EPTC, que arrebentou com a EPTC. Mas,
infelizmente, o pessoal do Governo tem dificuldade de fazer autocrítica,
deveria fazer, eu acho que ganhariam com isso, Ver. Kevin Krieger, V. Exa. que
é um homem atento às questões da Cidade.
Então, nós não concordamos com este Projeto de
Lei, achamos que é um equívoco brutal, vamos incentivar o péssimo motorista, o
motorista desatento, e o próprio Poder Público, que não faz a fiscalização onde
há problemas. Posso dar exemplo, inclusive: se os senhores e as senhoras forem
passar na Rua Jerônimo Coelho, o Prefeito mora num lado da Rua; no outro lado
da Rua, há o prédio do Ministério Público, a calçada está perfeita, só que há
um grave problema - ela está numa inclinação de 45 graus. Isso, sim, eu anotei
hoje de manhã, e vou cobrar, porque acho que o Vereador tem que fazer esse tipo
de cobrança. Por exemplo, falando desses obstáculos, na própria Rua Riachuelo,
na frente do Cultural Norte Americano, há esse tipo de obstáculo. Qual é a
razão de haver esse tipo de obstáculo? Não há sentido, porque isso só vem
prejudicar. Nós temos muitos lugares onde há esses pinos - não sei exatamente
qual é o nome técnico que se dá -, mas isso é um equívoco na cidade de Porto
Alegre, que tem esse tipo de atraso. Nós temos que limpar as calçadas, temos
que treinar motoristas, temos que multar motorista que não cumpre a legislação,
e não fazer com que o motorista tenha segurança ao dar uma trombada, vai ser no
guard-rail; ninguém vai morrer,
porque, afinal de contas, agora existem os carros com air bags. Não, vamos moralizar o trânsito de Porto Alegre, vamos
deixar as calçadas livres, cuidar dos nossos cegos. E há outra coisa: esse
monte de obstáculos que a OI ainda deixa, são esses tais de orelhões. Não veio
a modernidade ainda para essa coisa? Nós os usamos tão pouco, a maioria não
funciona; então, prefiro ter menos orelhões que funcionam e menos obstáculos na
rua.
Muito cuidado e respeito ao cadeirante, aos
cegos e ao nosso idoso. Por falar em idoso, é com essa população que nós temos
que nos preocupar, é ela que anda na calçada trombando exatamente nesses
obstáculos, que o Vereador quer fazer como sendo a grande “salvação da lavoura”
em Porto Alegre. Está errado! Votamos contra.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para encaminhar a
votação do PLL nº 171/10.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente; Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, os Vereadores Dr. Thiago e Adeli têm que conversar mais! Atendo ao
pedido do Ver. Dr. Thiago Duarte, até porque, Ver. Adeli, neste momento, fala
um por Bancada. O Vereador Adeli falava desses obstáculos (Mostra fotografias),
e concordo com V. Exa. quando diz que eles estão sendo distribuídos de forma
criminosa na cidade de Porto Alegre - V. Exa. tem razão. Agora, o Ver. Dr.
Thiago Duarte me pede, encarecidamente, e venho fazer o registro em nome da
Bancada do PSD. Trata-se dos guard-rails,
que, se aprovados, seriam colocados aqui, Vereador (Mostra fotografia), e esta
é a Av. Chuí, junto ao Arroio Sanga da Morte. Seria uma proteção para evitar,
evidentemente, a queda de veículos, como tem acontecido em outros locais. Aqui
mostro outro cartaz, da Rua Sezefredo Ignácio de Oliveira, na região do nosso
querido Ver. Paulinho Rubem Berta - vejam vocês a gravidade dessa situação.
Então,
como o Projeto do Ver. Dr. Thiago Duarte procura dar um pouco mais de
segurança, nós vamos votar favoravelmente. E não é mera coincidência, Ver. João
Bosco, que, ao longo do tempo, temos arquivadas as fotografias dos assuntos
sobre os quais tratamos na Cidade, e nesta oportunidade conseguimos mostrá-las
com mais facilidade. Muitas vezes, falamos e não conseguimos expressar aquilo
que uma fotografia efetivamente mostra. Então, eu quero, atendendo ao pedido do
Ver. Dr. Thiago Duarte, fazer este registro, e aproveitar para dizer que
estamos nessa empreitada, buscando, de uma forma ou de outra, uma solução para
esses riachos a céu aberto que temos aqui em Porto Alegre. Outro dia
conseguimos debater, em alto nível, sobre o assunto e V. Exas. me mostraram a
importância de mantê-los abertos, sem canalizá-los. Por outro lado, como estão
abertos, Ver. Bosco, facilita com que os desavisados ou despreparados joguem
ali, diuturnamente, lixo como pneus, sofás, camas e outros equipamentos
domésticos. Sem contar, evidentemente, com aquele lixo que entra pelas bocas de
lobo e acaba indo para esses riachos que vão parar no nosso estuário Guaíba.
Então, Ver. Dr. Thiago, nós votaremos favoravelmente ao seu Projeto, porque
entendemos que é meritório. A situação de perigo existe, nós estamos
acostumados a ver, toda semana, uma notícia ou outra na imprensa em que
automóveis, depois de causarem um acidente, caem nesses valões. Claro que
também tem razão o Ver. Adeli quando diz que as pessoas não respeitam o limite
de velocidade. Aproveito o momento para dizer que nós somos favoráveis que a
fiscalização dos nossos “azuizinhos” seja permanente e visível nas vias
públicas, Ver. Pancinha. O azulzinho é uma autoridade constituída para
disciplinar o trânsito, e a sua simples aparição na via pública já é educativa.
Não se pode permitir e aceitar a ideia de que fiquem camuflados, com aparelho
eletrônico, aplicando multas, sem que o condutor perceba que está sendo
multado. Nós temos a tese de que esse procedimento é somente arrecadatório;
respeitamos quem pensa o contrário. Defendemos a ideia de que o profissional
que regra o trânsito, a autoridade de trânsito não pode ficar escondida, não
pode ficar de forma dissimulada, aplicando multas, tem que vir para a via
pública, tem que aparecer como fazia – aliás, precisa-se fazer esse registro –
a Brigada Militar quando era da sua competência o regramento no trânsito em
Porto Alegre, que muito bem fazia e temos saudade daquela época. Hoje, nós
estamos vendo um equívoco nesses esquemas discretos, eu citaria a Av. Salvador
França, onde eles adentram com uma caminhoneta nas calçadas, e entre as
árvores, com o equipamento ligado na caminhonete, simplesmente, Ver. Elias
Vidal, batendo fotos daqueles que aumentam a velocidade. Eu não vejo o porquê
de ficar escondido, eu acho que tem que multar! Quem transgrediu tem que levar
multa! Mas o profissional tem um trabalho ostensivo, não é investigativo, de
modo que não há necessidade de ele ficar discreto, ele tem que aparecer na via
pública! Era isso. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
(O
Ver. Haroldo de Souza assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em votação nominal, por solicitação dos
Vereadores João Antonio Dib e Engenheiro Comassetto, o PLL nº 171/10. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) REJEITADO por
08 votos SIM, 10 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
O SR. DR. THIAGO DUARTE (Requerimento): Quero solicitar renovação de votação do
PLL nº 171/10 para a próxima Sessão.
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Faça o Requerimento por escrito, por
gentileza.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 3884/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 052/11, que autoriza o
Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) a desafetar e alienar imóvel de
seu patrimônio, destinado a uso especial, localizado na Rua Felipe de Oliveira
nº 721.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice
de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Paulinho Rubem Berta: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82, § 1º, VIII, da LOM;
- incluído na
Ordem do Dia em 16-04-12.
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em discussão o PLE nº 052/11. (Pausa.) O
Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 052/11.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras,
venho a esta tribuna fazer a mesma defesa que tenho feito de todos os projetos
do Executivo Municipal que propõem vender área pública. Este é mais um projeto.
Trata-se de uma área nobre de propriedade do Departamento Municipal de Águas e
Esgoto cuja venda está sendo proposta. Mesmo que o objetivo proposto aqui
também seja nobre, que é colocar água em algumas outras comunidades carentes
como a Marabá, Taquareiras, Jardim do Verde, Vitória da Conquista, quero
registrar que é um equívoco a política que o Município vem desenvolvendo com as
áreas públicas municipais. Esse terreno na Felipe de Oliveira, avaliado em R$
866 mil, no meu ponto de vista, serve para nele ser construída uma bela unidade
habitacional dentro do Programa de Habitação existente, o Minha Casa, Minha
Vida. A não ser que me provem o contrário, é um imóvel bem localizado - Rua
Felipe de Oliveira, nº 721, portanto próximo ao supermercado Zaffari, naquela
região, quase junto ao bairro Bom Fim. Está registrado no 2º Cartório de
Registro de Imóveis, no bairro Petrópolis, no quarteirão nº 80, formado pelas
ruas Felipe de Oliveira, Cel. Lucas de Oliveira, Corte Real e Av. Ipiranga; uma
área com 556 metros quadrados. Todos nós sabemos que essa região, no Plano
Diretor, tem uma taxa de ocupação e um índice elevadíssimos. E nós podemos
trabalhar com essa área para ali termos um projeto habitacional, de forma que
as pessoas não precisem ser levadas para a periferia. Tenho feito este debate
com relação a este Projeto não é de hoje, no sentido de que gostaríamos de ver
o mapa do Município e apresentado pelo DEMHAB, juntamente com as demais
secretarias, que todas as áreas no Município possam estar disponíveis para
habitação.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Comassetto, V. Exa. sabe que muitas vezes concordei com
o seu pronunciamento e pedi ao Executivo que utilizasse as áreas. No entanto,
esse terreno eu conheço muito bem e até coloquei, no Parecer que emiti na
Comissão de Finanças, que duvido que encontrem comprador por R$ 866 mil. Eu
morava na Rua Corte Real, nº 395, e esse terreno que o DMAE tem é exatamente
nos fundos do apartamento onde eu morava. Digo-lhe que não dá para o tipo de
moradia que V. Exa. fala. Não é oportuno, não é correto fazer, é muito difícil
fazer alguma coisa ali que não seja um prédio de proporções.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Pois então, Ver. João Antonio Dib,
trata-se de um terreno com 566 metros quadrados numa área nobre como é a Rua
Corte Real ou na Rua Felipe de Oliveira, e o metro quadrado ali verdadeiramente
é caro. O problema aqui é o seguinte: é o conceito da habitação que estamos
construindo na cidade de Porto Alegre. Por que os projetos habitacionais têm
que ser levados para além da Restinga, se temos áreas públicas do Município que
são vendidas e não são analisadas aqui? Eu até poderia concordar com a sua fala
se eu tivesse aqui uma análise, por exemplo, do DEMHAB. O Ver. Dr. Goulart
acabou de voltar para esta Casa, e nós já pedimos que toda área do Município que
fosse vendida pudesse ter uma análise do DEMHAB para ver se ela serve ou não
serve para o interesse habitacional.
Portanto,
vejo o seguinte: antes de vendermos qualquer área... e essa área do DMAE, essa
por R$ 866 mil, ali na Rua Felipe de Oliveira, ela pode, sim, absorver
habitações. Se não tem uma análise do Departamento de Habitação do Município,
cabe-me o direito de levantar aqui este questionamento e pedir inclusive que
isso seja analisado antes de votarmos, para que o Município possa destinar essas
áreas que são possíveis de habitação, bem localizadas, porque todos sabemos
que, ali naquela região no bairro Petrópolis, tem ônibus, escola, saúde,
transporte, saneamento, infraestrutura, energia elétrica. O Município tem tido
um desempenho aquém de outras capitais - no Minha Casa, Minha Vida, inclusive
de zero a três, porque não encontra áreas para construir essas habitações.
Quando tem um projeto como esse... Ademais, o DMAE tem em caixa - e veio aqui o
Secretário e registrou -, nesse momento, R$ 316 milhões aplicados. Então, não
precisa vender uma área para colocar água em uma vila comunitária, essas áreas
têm que ser destinadas para habitação de interesse social. Esse é o conceito
que eu e a minha Bancada defendemos; se não for assim, que no mínimo o DEMHAB
tivesse aqui uma análise dizendo que a área não daria para tal. Muito obrigado,
um grande abraço.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Adeli Sell está com a palavra
para discutir o PLE nº 052/11.
O SR. ADELI SELL: Quando digo, Ver. Haroldo de Souza, que
Porto Alegre tem sua modernidade suspensa, uns ficam torcendo o nariz. Quero
inclusive me referir à Velha Guarda desta Casa, especialmente o Ver. João
Antonio Dib, quero lembrar aqui que, durante o Governo Ildo Meneghetti, do PSD,
Partido com o qual eu não guardo nenhuma identidade político-ideológica, quando
foi Prefeito da Cidade, Porto Alegre tinha 400 mil habitantes. Ildo Meneghetti,
do PSD, construiu 4 mil casas, em números redondos. Vejam bem: 4 mil casas. Ele
vendeu, sim, alguns terrenos muito valorizados em Porto Alegre, mas não mandou
o pessoal para a Restinga, como os militares fizeram depois. Ele construiu nos
bairros Sarandi e São José, para citar dois lugares. E isso que era um Governo
conservador. Depois, veio um Governo autoritário, para lá de conservador, que
mandou os caras para o Barro Vermelho, onde não tinha nada, não tinha ônibus. É
claro que valorizou para aqueles que ficaram no meio do caminho. Esses, sim,
que tinham estoque de terras, ganharam muito dinheiro.
Atualmente, há um debate na Cidade, Ver.
Goulart, e V. Exa. participou desse debate... Porque também há uma mania em
Porto Alegre de que pobre tem que viver em casinha. Se não for em casinha, não
tem jeito. Falar em edificações dá urticária! E tem gente, inclusive, que se
diz de esquerda e que acha isso um absurdo. Só esquecem que os países que
fizeram as pessoas morarem em edificações minimamente descentes foram países
cujos partidos eram sociais democratas na Europa, e que não tem casinha, mas
edificações.
Pois na Vila Cruzeiro, contra a vontade de
alguns arautos da anarquia, da balburdia, da bagunça, do contra, haverá
edifícios de cinco andares. As pessoas vão poder morar lá. Tem gente que diz
que todo mundo vai ser despejado. Não é verdade, isso é mentira! Nós temos
gente nossa, da nossa confiança na Comissão e temos a garantia de que as
pessoas ficarão morando lá. Mas tem gente que mente. É por isso que eu quero
discutir esse Projeto. É uma pequena área, é verdade, não estou discutindo que
tenha que ser lá necessariamente, Ver. João Dib, mas poderia ter uma
edificação. Barcelona fez isto: trouxe a população que morava mal para o centro
da cidade, recuperou edifícios no centro histórico, inclusive na beirada do
rio, onde eles veem aquele magnífico monumento a Cristóvão Colombo. Naquela
praia maravilhosa, pobre pode viver bem. Mas aqui não; aqui, pobre tem que se
lascar, tem que morar em casinha. Isso não é verdade. Se há 500 metros
quadrados, nós podemos discutir uma edificação de cunho popular.
(Aparte antirregimental do Ver. João Antonio
Dib.)
O SR. ADELI
SELL:
Ver. João Dib, eu não estou dizendo que tenha que ser construído nesse terreno
necessariamente; eu estou dizendo que em terrenos como este e em outros... Eu
espero que V. Exa. não faça aplausos ao atraso que existe em Porto Alegre. Eu
não vi V. Exa. defender atrasos. Eu espero que V. Exa. não faça isso. Pode ou
não pode ser feito isso? Podem ser feitas edificações para as classes populares
porque o povo pobre trabalha, e essa é uma região que emprega; tem que ter
camareira para os três, quatro hotéis que existem na região, tem serviço para
empregada doméstica, tem porteiro, tem carpinteiro, tem gente para trabalhar!
Não precisa e não se deve fazer com que os pobres sejam jogados no Campo Novo.
Mas tem gente que prefere que o povo vá para o Campo Novo onde o ônibus está
atrasado, lotado, e onde o cara vai morar, sim, em uma casinha. “Isto é que é
progresso: morar em casinha”! Não, o povo pode morar em edificação. Vai morar
na Vila Pinto em edifícios de até oito andares! E quem apresentou essa
proposta? Eu levei a Dona Maria Medeiros e o pessoal para falar com o Ministro
das Cidades, o nosso companheiro do PP, o Márcio Fortes, lá, em uma reunião -
por sinal, eu contrabandeei essa pauta para ele -, e foi uma boa ação, porque
agora isso vai sair. O Bins Ely estava na Secretaria, nós conseguimos o EVU - o
Bins Ely está aqui e sabe disso - lá para a Vila Pinto - não é isso, Vereador?
- e conseguimos edificações de até oito andares, com EVU dado pela Secretaria.
Mas tem gente nesta Casa e principalmente nas ruas que estão perdendo a
paciência com gente que mente, que diz isso ou aquilo. Mas eles são os
defensores do atraso, pensam em criar o progresso, e pensam que pobre tem que
morar em casinha. Nesse lugar, poderia, por exemplo, ter uma edificação para
esse fim. Em não tendo, não vou votar contra, mas espero que esse dinheiro seja
utilizado para que as pessoas que estejam na área de risco possam morar
decentemente. Decentemente!
Dinheiro conquistado com venda de terreno da Prefeitura tem que voltar para as
pessoas poderem morar, e morar com dignidade; pobre pode morar em edifício,
sim, pode morar em edificação, Ver. Engenheiro Comassetto, Líder da minha
Bancada. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PLE nº 052/11.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Haroldo de Souza, que preside os
trabalhos, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, Ver. Adeli Sell, eu não entendi
bem V. Exa., que veio a esta tribuna nervoso, fez um monte de críticas, mas,
aí, no final, disse que vai votar favoravelmente.
Mas
eu, Vereador, tenho uma outra maneira de enxergar as coisas. Eu acho que,
quando nós temos uma área nobre, que tem um valor, e que, depois de
comercializada, vai poder atender um número maior de pessoas, esse é o caminho.
Por exemplo, vou lhe citar uma questão muito prática, objetiva: aqui em Porto
Alegre, naquele loteamento atrás da Rodoviária, na entrada da Cidade, tem uma
área nobre, a Santa Terezinha, e, sinceramente, se o Governo tivesse
comercializado aquela área, com certeza teria tido condições de atender dez
vezes mais pessoas, como as que foram atendidas nos bairros Belém Novo e Belém
Velho - e não é nada depreciativo morar ali, em absoluto. Então, nós temos que
enxergar também por outro ângulo, qual seja, a possibilidade de atender um
número maior de famílias em regiões que, respeitosamente, nada perdem para o
Centro de Porto Alegre. Aqui na Av. João Pessoa, esquina com a Av. Princesa
Isabel, nós temos um condomínio de duzentos e poucos apartamentos, que também
poderia ter sido mais bem aproveitado no passado. Naquela região ali, em que praticamente
todas aquelas famílias têm criança, não tem área verde, não tem absolutamente
nada. Esse é um outro exemplo de que podemos enxergar as coisas de forma
diferente. Tem regiões na Cidade que, pelo valor comercial, significam muito. E
está certo o Governo quando comercializa esse valor para adquirir um número maior
de unidades, com melhores condições para as famílias mais humildes criarem os
seus filhos. Vereador João Antonio Dib, com certeza absoluta, as crianças
precisam de um local para se divertir, para brincar, enfim, pois isso faz parte
da vida das crianças. Então, eu quero dizer aqui que está certo o Prefeito
quando encaminha este Projeto, e nós vamos votar favoravelmente.
E quero dizer o seguinte, Ver. Adeli Sell: o
então Prefeito e também Governador Ildo Meneghetti foi um grande
porto-alegrense, um grande rio-grandense, um grande brasileiro, e foi, sim, do
PSD, um Partido que V. Exa. criticou, não sei por que motivo, ao dizer que era
um Partido sem filosofia...
O Sr. Adeli
Sell: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. tem de prestar atenção,
eu falei do antigo PSD...
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Que é um Partido... Vossa Excelência falou e
repetiu.
O Sr. Adeli
Sell: Eu
falei do antigo PSD, um Partido com o qual não tenho identificação
político-filosófica. Ele era do antigo PSD, não do Partido que V. Exa. faz
parte hoje. E eu não critiquei o Meneghetti, muito pelo contrário.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCULO: Não, eu sei disso, mas criticou o Partido.
O Sr. Adeli
Sell: Não,
eu disse que eu não tinha identificação político- ideológica com o Partido
dele, mas elogiei que, na Porto Alegre de 400 mil moradores, ele conseguiu
fazer 4 mil casas populares.
E Porto Alegre, hoje, claro, como tem uma
concentração muito grande de pessoas, em vez de fazer edifício, mantém o atraso
de fazer casinha. Fez no Projeto Entrada da Cidade, que foi um erro também. Eu
já disse isto 20 vezes: se tivessem feito três edifícios ali na Santa
Teresinha, poderiam ter colocado 20 vezes mais pessoas; tem saída, a avenida é
larga de um lado e de outro, então, poderiam ter colocado edifício. Mas não.
Nós também erramos, e estou fazendo uma autocrítica ao PT, ao meu Partido. Foi
um equívoco não ter feito edificação. Agora, nós estamos acertando. E a
proposta da Vila Tronco não é nada mais nada menos do que minha proposta de
edificações!
Quando fui discutir isso na comunidade, ela não
queria, mas eu os convenci de que era certo, de que, em vez de ir para o barro
vermelho, lá no caixa-prego, eles poderiam morar num edifício decente na Vila
Tronco, como ocorreu na Vila Pinto. Tem que ter coragem e determinação, e isso
independe de Partido político. Isso é para quem tem visão de futuro e de
inclusão social, que não faz luta política e demagógica.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado. Quero elogiar V. Exa. por reconhecer que aquela construção na entrada da
Cidade foi equivocada.
Parabéns,
Ver. Adeli Sell, o reconhecimento, ainda que tarde, engrandece o homem.
O Sr. João Bosco Vaz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu, também, Ver. Vendruscolo, quero reconhecer a grandeza do Ver.
Adeli Sell, o Prefeito José Fortunati agradece, e nós, da base, agradecemos,
porque a política tem que ser feita assim, com grandeza, vendo o macro, e
aquilo que é bom para a comunidade. Obrigado.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra
para discutir o PLE nº 052/11.
O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, agradeço a saudação que me fez o Ver. João Bosco Vaz, queridos
amigos e colegas. Que bom que a gente pode começar a discutir urbanismo, e,
portanto, discutir profundamente a cidade de Porto Alegre. Que bom!
Que
bom que há um consenso entre os Vereadores de que somos todos iguais, e podemos
morar em qualquer lugar desta Cidade, porque esta Cidade é de todos nós que
estamos vivos, de todas estas almas que estão vivas na cidade de Porto Alegre,
a Cidade pertence a todos nós.
Quanto
à moradia digna, que aqui foi chamada a atenção, é bem verdade que as moradias
com dois quartos são pequenas para as famílias de proletários, para famílias de
trabalhadores, para regiões e vilas onde a realidade não é a mesma da cidade. A
cidade de Porto Alegre tem um índice de natalidade bem baixo – assim como está
acontecendo no Brasil -, como vocês devem ter visto nas publicações recentes do
IBGE, mas nas vilas não é assim. Nas vilas existem muitos filhos.
E
eu sempre achei que era muito pequeno o número de cômodos de uma casa popular.
Mas é assim que o Ministério das Cidades nos orienta para fazer, é um Projeto
aprimorado no DEMHAB, mas com orientação do Ministério das Cidades.
E
dentro desse trabalho não fizemos quatro mil casas, como Ildo Meneghetti, mas
fizemos perto disso, com todas as dificuldades que se têm para levantar uma casa popular
nesta Cidade.
O Sr. Alceu
Brasinha: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Goulart, realmente,
quando o senhor fala em casa, costumo dizer que o senhor é professor nesta
área. Logo que o senhor começou não tinha toda essa esperteza que tem hoje,
literalmente, já tem mestrado, de tanto que trabalhou e estudou. Porque eu fui
junto com senhor visitar as primeiras casas da Vila Dique, foi num final de
ano, no Ano-Novo, e só lá nós pudemos ver a felicidade, a emoção das pessoas,
felizes por estarem num novo bairro, com qualidade de vida, num bairro como a
nova Vila Dique, bem diferente de onde eles viviam. Realmente, o senhor teve
toda essa participação e todo esse trabalho. E lá a gente via a felicidade
estampada no olhar das pessoas, e, mais ainda, de ver o senhor ir visitá-los no
final de ano, porque é quase impossível de a gente ver alguém, um Secretário,
um Vereador, que tivesse essa qualidade de ir visitar, pessoalmente, casa por
casa.
O SR. DR.
GOULART: Que
bom que o senhor me acompanhou, Vereador. Apesar de belas casas, apesar de
bonitas, limpas, saneadas, com calçadas, com arruamento perfeito, sem água de
esgoto a céu aberto ou infectos arroios, elas são pequenas.
Pensando nisso, nos envolvemos em tentar, com as
empreiteiras - que não querem fazer casas para quem recebe de zero a três
salários, que não querem fazer casa popular -, fazer juntos, Ver. Adeli Sell,
no mesmo terreno, casas, para quem recebe de zero a três salários; edifícios,
para quem recebe de zero a três e de três a seis salários, para que o andar
térreo fosse povoado de lojas para alugar para bancos, supermercados e para
qualquer outro comércio e dali termos o dinheiro para sustentar o condomínio.
Aliás, o condomínio tem sido uma dificuldade de ser pago por essas pessoas que
passam a pagar um pouco do valor do imóvel, passam a pagar água, luz – porque
antigamente era tudo “gato” – e o condomínio. E que bom que o Ver. Adeli Sell
me apoiou nessa iniciativa, que não foi para frente ainda.
O Sr. Bernardino
Vendruscolo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vossa
Excelência me faz lembrar, e eu preciso fazer esse registro. Pela experiência
que tenho de muitos anos, atualmente muitas taxas condominiais desses
condomínios do Programa Minha Casa, Minha Vida estão bem mais caras que a
prestação, e as pessoas não estão, na maioria, preparadas para pagar esse valor
maior, na taxa de condomínio. Aguardem a inadimplência que vem pela frente.
O SR. DR.
GOULART: É
verdade, e é uma discussão que eu quero fazer na minha Comissão, na CUTHAB, da
qual sou Vice-Presidente, para que possamos dirigir melhor esse pagamento que
passa a existir na vida dessas famílias muito pobres, desempregadas às vezes,
que trabalham na vida informal da Cidade e que não têm dinheiro para pagar
isso. Essa é uma discussão boa que temos que fazer.
E quero dizer que na Vila Pinto também
propusemos apartamentos para quem recebe de três a seis salários, e de zero a
três, juntos, para que a Cidade possa crescer como uma estrela, se difundindo
de um determinado ponto irradiador de emprego, de vida e de renda. Então, para
melhorar essa situação - que aos poucos vou passando para os senhores -,
conseguimos falar com o Ministério das Cidades e, na Vila Nazaré, 27% das
habitações terão três quartos. É a primeira vez, Ver. Dib - e tomara que seja
por uma boa saudação do Ver. Adeli - que vamos construir casas populares com
três quartos, porque 27% das pessoas da Vila Nazaré têm cinco, seis, sete
filhos. Pena que eu não pude entregar a obra iniciada, porque foi uma história
para conseguir fazer o projeto da Vila Nazaré - eu vou contando aos poucos para
vocês. E por que eu acho que eles estão errados quando bloqueiam os projetos?
Porque passados três, quatro, cinco meses, o projeto vem à tona e é aprovado!
Por que demoram tanto para resolver isso? Casas com três quartos...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Registro a visita da intercambista do Rotary
Internacional, Sra. Cindy Youssef, coordenadora dos programas de liderança em
diversidade, no Instituto Riley. É um prazer ter a sua visita, seja bem-vinda.
O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
discutir o PLE nº 052/11.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores,
realmente, Ver. Bernardino Vendruscolo, eu estava prestando muita atenção em V.
Exa., quando falava, e eu também acho que naquela área ali do Loteamento Santa
Terezinha poderiam ter sido feitas mais casas ou, quem sabe, dar oportunidade
para mais gente aproveitar. Eu também vejo uma área muito boa lá no Altos da
Bela Vista, ao lado do Country Club, que foi legalizada, com poucas casas. Uma
área como aquela teria um valor enorme. Não quero ter preconceito e dizer que
as pessoas não podem morar lá; isso jamais! Eu quero só dizer que, se eles
assentaram cem famílias numa área daquelas, poderiam assentar mais de mil
famílias em outra localidade, Ver. Adeli. Certamente ficariam bem mais
confortáveis e daria oportunidade para outras pessoas que precisavam.
Também tenho certeza absoluta do bom trabalho,
do bom andamento das coisas. O Ver. Adeli é um dos que mais trabalha aqui;
trabalhou na Grande Cruzeiro, e, realmente, tem um trabalho intenso lá. E não
sei por que tem gente que vem dizer que os moradores daquela área vão ser
despejados ali, vão ser transferidos para outro lugar. Não sei por que essa má
vontade, Ver. Adeli, de fazer essa propaganda errada, porque as pessoas se
aproveitam de situações dos moradores dali. Eu costumo dizer, Ver. Adeli, que
jamais eu quero me prevalecer, fazer politicagem em cima da situação de
necessidade das pessoas. Eu não compartilho disso, em hipótese nenhuma,
Ver.Todeschini! As pessoas que fazem essa onda e pregam mentiras lá na
comunidade têm que ser punidas, têm que ser punidas! Não é possível chegar lá
onde está tudo certo – e o senhor tem participado, com mais gente, da Comissão – e ver as mentiras que acontecem. Isso
eu não estou dizendo porque o senhor falou aqui. Eu tenho amigos meus que têm
uma confeitaria lá que já falaram para mim, tenho um amigo que tem armazém lá
que falou para mim, tenho um amigo que tem supermercado lá que também falou
desta mesma onda: ficam dizendo que as pessoas sairão dali e que não vão voltar
a morar na redondeza.
E
essa edificação que o senhor propõe de prédios com até cinco andares, isso é
muito bom. Muito bom, Ver. Todeschini, muito bom porque vai botar mais gente,
mais pessoas a morar, e elas vão ter a oportunidade de viver onde têm o
trabalho delas, isso é muito importante. Acho que tem áreas, às vezes, extensas
que podiam... por exemplo, a Vila Dique, Ver. Humberto Goulart, lá naquela
área, quem sabe, vai ser 1.500 o total, 1.400 e uns quebrados; se tivessem
feito prédios de cinco andares poderiam colocar a Vila Dique e a Vila Nazaré
juntas e mais um pouco. Não entendi por que não aceitaram. Por quê? Onde tem um
prédio, onde tem um condomínio, onde tem pessoas responsáveis, vai ser dada
oportunidade para as pessoas morarem melhor, com qualidade de vida, com toda a
tranquilidade, com mais trânsito, com mais tudo; tudo o que tem ali na Dique
poderia ser feito só ali. Agora tiveram que desapropriar, foi uma grande briga
para o outro lado para conseguir a área da Nazaré, o senhor sabe, eu mesmo
participei algumas vezes. Acho que foi uma briga desnecessária, acho que
poderíamos ter feito tudo ali. Mas isso começou lá atrás, talvez se o primeiro
Secretário, o que começou, tivesse levado para este lado, o lado de fazer
edificações altas, com cinco andares, não teria esse problema e, certamente,
também não teria o problema com o proprietário do terreno da Nazaré, que brigou
muito para não ter a área desapropriada.
Então,
eu acho que, quando vem um Projeto como este, para beneficiar, para ajudar
realmente as comunidades, as pessoas que mais necessitam, tem que ter
rapidamente... Chega de “burrocracia”, eu digo “burrocracia” porque é muito
lento, muito... Na verdade, tem que começar a andar mais rápido, o projeto
também tem que ser mais rápido, tudo tem que ser mais rápido. Como é que na
iniciativa privada as coisas andam? Como é que andam, Ver. Bosco? Na iniciativa
privada vai que é uma beleza, vai rápido!
(Aparte
antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O SR. ALCEU BRASINHA: É, é por aí, exatamente, mas aqui... Por
isso o Poder Público tem que tomar providência, tem que olhar e olhar com
clareza e também fazer o que na iniciativa privada funciona. Se não fosse a
iniciativa privada, a Arena do Grêmio não teria começado ainda! E, assim, vai
ser feito, terminado.
(Aparte
antirregimental do Ver. Dr. Goulart.)
O SR. ALCEU BRASINHA: O Ver. Goulart está dizendo que a Nazaré
começou muito antes do debate da Arena do Grêmio, Ver. Tarciso. E agora a Arena
do Grêmio será entregue bem antes que a Nazaré, que sequer começou! Esse é o
problema da “burrocracia”. É isso que eu digo, porque é muito papel, Ver. Dib,
o senhor sabe, o senhor foi Prefeito desta Cidade. Acho que o Prefeito que vier
ou o Governador têm que simplificar a coisa, fazer andar mais rápido, senão
corremos o risco de privatizar tudo, porque, privatizando, anda, anda que é uma
beleza! Pode privatizar, Ver. João Bosco, pois, privatizando, tudo anda que é
uma beleza!
Já
está acabando meu tempo, mas eu quero dar os parabéns ao querido Presidente
Fábio Koff pelo seu aniversário; certamente ele ainda vai fazer muitos e muitos
aniversários para eu poder falar nele aqui!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para discutir o PLE nº 052/11.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Presidente Haroldo, meus colegas
Vereadores e minhas colegas Vereadoras; eu ouvi algumas manifestações, peguei o
Processo, dei uma lida rapidamente e entendi de vir a esta tribuna. Ver.
Todeschini, aqui nesta Casa há dois grandes ex-Presidentes do DMAE: V. Exa. e o
sempre Prefeito desta Cidade, João Antonio Dib. Os senhores, como os demais
Vereadores, sabem que a energia elétrica e a água, nos médios e grandes
Municípios, têm uma belíssima parcela das chamadas ligações clandestinas. E V.
Exas. também sabem que, em determinadas situações, o máximo que o Governo pode
fazer é estender a rede até a ponta da vilinha, e as pessoas se quotizam para
levar, em mangueira de polietileno, lá na ponta água para as pessoas.
O
que esse Projeto quer, Ver. Haroldo? Vender terrenos para botar dinheiro no
Água Certa, que eu acho um dos programas mais espetaculares, Ver. Goulart, que
o atual Governo implantou. Uma casa sem água individualizada é uma casa sem
dignidade. Uma casa sem energia elétrica é uma casa sem dignidade.
Nós
estamos começando o inverno, Ver. Toni, V.Exa. esteve lá na Governança, sabe
disso. Uma vez lá na Vila Minuano, no início do meu mandato, em 2000, eu me
lembro até hoje, Ver.ª Sofia, do depoimento de uma senhora numa reunião para
tratar dessa matéria. Não tinha o Água Certa, e ela disse que tinha sido
demitida porque o bairro onde ela morava não tinha água, e a patroa dela disse
que ela não estava muito cheirosa, ela tinha que ir embora. Lembro até hoje,
faz 11 anos, uma pessoa ter que trabalhar e não ter água para tomar banho de
manhã! Então, Presidente e demais Vereadores, eu gostaria de botar mais alguns
milhões, porque o Água Certa vai proporcionar que, em 60 vezes, em 50 vezes, em
40 vezes, dependendo da situação, você possa receber, Ver. Freitas, na sua
conta, R$ 12,00 de água, mais R$ 35,00 pela parcela daquilo que há que se pagar
para a água chegar na porta da casa. Eu não gosto de coisa de graça porque
coisa de graça não tem valor. Por que os projetos não deram certo lá atrás? Vou
dar casas de graça, mesmo o Direito Real de Uso, que não permite a
transferência de propriedade, nós sabemos das centenas de pessoas que
transferem as suas chaves. Ver. Dib, eu venho a esta tribuna, fazia tempo que
aqui não vinha, para dizer que este é um Projeto que tem de ser aprovado com
louvor. Porque, cá para nós, entre eu ter um terreno que pode ser ocupado
irregularmente – mais uma ocupação irregular – e eu carimbar esse dinheiro para
o Programa Água Certa, que é torneira na porta daquelas pessoas que ainda não
têm água...
Aliás,
eu quero dizer, o Presser tem ido bem, mas acho que temos que botar mais
recursos, Todeschini, no Água Certa, porque o que há ainda de energia irregular
nesta Cidade e de água irregular e de desperdício de água, isso significa que
vou aumentar, Ver. Adeli, o valor da conta. Portanto, eu me somo, não vi
oposição a este Projeto e acho que ele é excepcional. Tomara que a gente possa
encontrar em algum lugar, em alguma rubrica, mais recursos para botar no Água Certa.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Sebastião Melo, eu vim aqui só para dar os parabéns a V. Exa.
e desejar sucesso. Sei que V. Exa. tem uma decisão para tomar na sexta-feira,
então eu desejo muito êxito e muito sucesso no pleito do seu Partido.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Eu quero fazer um fechamento dizendo,
Ver. Goulart, que o senhor tem um dos extraordinários atributos que deve ter um
homem público, que é a sensibilidade. Sei que o senhor falou um pouco disso aqui.
Evidente que eu quero concordar com o Adeli também, nós temos posição firmada
sobre isso. Eu sou favorável a uma Cidade mais adensada porque eu vou
aproveitar os serviços públicos já existentes. Cada vez que eu crio um bairro
novo, eu tenho que criar uma creche nova, uma parada de ônibus, uma linha de
ônibus nova, um sistema de segurança, eu tenho que criar uma nova cidade. E, se
eu adensar a Cidade, eu vou aproveitar os serviços públicos já existentes.
Então, eu acho que vilas como a Cruzeiro, como a Mato Sampaio – estou dando
dois exemplos de extraordinárias comunidades – poderiam abrir grandes espaços
de convivência de uso comum para campo de futebol, para quadra poliesportiva,
para galpão de reciclagem e verticalizar. É uma decisão que a Cidade tem que
tomar por meio da Prefeitura e da sua Câmara de Vereadores.
Aliás,
eu acho que esta Casa merece um debate muito especial sobre a questão do Código
Florestal. Eu sou daqueles que acham que um código florestal não pode ser nem
da motosserra, nem dos xiitas. Esses dois extremos me assustam. Eu, em tese,
sou favorável, Presidente, a que essa matéria de Código Florestal seja
resolvida no Plano Diretor. Não é uma legislação federal que deve resolver
isso.
Finalizo
dizendo que votaremos, com louvor, favorável. Viva o Água Certa, porque são
mais 6 mil pessoas que...
(Som
cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra
para discutir o PLE nº 052/11.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Haroldo de Souza; Sras. Vereadoras
e Srs. Vereadores, a nossa Bancada tem se posicionado contra a venda dos
terrenos da Prefeitura. Nós temos inúmeras necessidades públicas que não estão
supridas ainda, e os terrenos devem ser mais bem avaliados.
Conversávamos,
eu e o Ver. Todeschini, que é no mínimo estranha essa Justificativa: “Eu vendo
tal terreno para colocar o Água Certa em três vilas”. É muito estranho,
considerando que o DMAE – o próprio Presser confirmou nesta Casa – tem R$ 300
milhões em caixa. O caixa do DMAE – vou repetir para a população acompanhar –
tem R$ 300 milhões guardados.
Andando
pela Cidade, vemos que é muito lenta a regularização da água, é muito lenta a
oferta do Água Certa. Nós, no Câmara na Comunidade do ano passado verificamos
inúmeras situações, Ver. Sebastião Melo, gravíssimas situações de mangueirões
servindo a comunidade de Porto Alegre. Nós não precisamos ir longe: o
Secretário Záchia está trabalhando com o Morro Santa Tereza para melhorar o
Belvedere, na frente das antenas de TV, na frente das TVs; ao ladinho dessas
antenas tem a Vila Gaúcha. Na Vila Gaúcha, as pessoas economizam água à noite,
enchem recipientes para poder usar durante o dia. Será que é tão difícil levar
o Água Certa para a Vila Gaúcha, tendo R$ 300 milhões em caixa?! E aí vêm a
esta Casa – Ver. Dib, que se espanta – justificar que vão colocar em três
lugares o Água Certa porque vão vender um terreno! É, no mínimo, estranho, Ver.
João Antonio Dib. É muito estranho por que o DMAE não consegue operacionalizar
com mais rapidez, havendo recursos, a oferta de água nesta Cidade.
Nós
tivemos, na Pedreira, uma das situações mais agudas que vi: a Vila Liberdade.
Não vou falar das quatro ou cinco vilas no Humaitá. Eu não consigo entender, no
Centro da Cidade, ao lado do grande complexo da Arena do Grêmio, as vilas serem
servidas de água por mangueirões, Ver. Brasinha, mangueirões que andam no meio
do lixo, que andam no meio dos resíduos dos cavalos, que andam no meio dos
esgotos; mangueirões por onde passa a água, uma água miserável! Nós estamos em
maio, e não tem como tomar banho quente. E nada alterou nas quatro vilas,
Humaitá, Santo André... Eu recebi uma foto – pena que não subi com ela – da
situação que está a caixa d’água da Vila Santo André, imunda ao redor. Essa é a
situação da caixa d’água do DMAE, que é servida por pipa, não sei a quantos
metros da nova Arena do Grêmio. É seriíssima a situação da Vila Santo André. O
Ver. Toni Proença, eu acredito que andou comigo em uma das idas à Santo André.
E a caixa é imunda. O DMAE eventualmente vai lá limpar. Eu trouxe água para cá,
e é imunda!
Não
é possível que um órgão tenha tantos recursos e não consiga dar dignidade à
população de Porto Alegre. Nós temos milhares de pessoas que bebem água fornecida
pelas próprias mangueiras de jardim! Então, não entendemos, não temos aqui o
relato claro. O Presser veio para cá chamado por esta Casa, mas não fica claro
por que é lenta a distribuição do Água Certa. É muito lenta. E vamos combinar
que o Água Certa não precisa esperar a urbanização, o arruamento, porque é um
sistema um pouco mais simples de estabelecer e entregar a água, diferente,
talvez, de postes de alta tensão, e, mesmo assim, nós estamos tensionando muito
a CEEE para resolver o problema da luz.
Então,
é uma situação gravíssima, e o DMAE, eu comentava aqui, segunda-feira de tarde,
deve estar com problemas técnicos, deve estar com problemas de contratação,
porque o Pisa, em vez de beneficiar a população – e hoje tem o OP do Cristal e
as pessoas falarão –, o Pisa, no processo de instalação, está piorando as
condições de vida da população do Cristal. A obra é feita sem proteger a
população, causando danos, rachaduras, barro, poeira, barulho, trepidação
insuportável em vias estreitas em que as famílias têm que conviver já em uma
situação bastante dramática, Ver. Brasinha.
Então,
eu acho que não estamos bem na forma de gerir o nosso DMAE. Na segunda-feira de
manhã, eu estive aqui no Nossa Senhora das Graças; corria uma água limpinha,
uma das vielas era uma piscina; as pessoas pulavam por pedras. E eu disse:
“Gente, mas isso aqui é água limpa”, e eles disseram: “Nós já ligamos dez vezes
para o DMAE!”. Era desde sexta-feira que a água corria. Duas casas não tinham
água, e aquele aguaceiro de água limpa correndo... Falei diretamente com o
Presser – isso eu tenho que reconhecer: ele atende ao telefone. Mas não é
possível que o DMAE não reaja, tendo obra ali do lado.
O Sr. Alceu
Brasinha:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Ver.ª Sofia, eu estava
escutando V. Exa., e o que mais me espanta, quando a senhora fala é que ao lado
da Arena do Grêmio essa Vila já existia. E mais: vocês já tiveram o melhor
Diretor do DMAE, na época do Governo do PT. Por que vocês não fizeram essa
água? Por que não botaram o saneamento lá? Vocês tinham o Ver. Todeschini como
o melhor Diretor do DMAE.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Ver.
Brasinha, a Vila Santo André, as quatro vilas estavam previstas no Programa
Integrado Entrada da Cidade, que está absolutamente atrasado. V. Exa. sabe que
ele estava em execução, quando o Governo do PT saiu. E foi o Governo do PT que
colocou aquela caixa d’água lá e colocou os acessos que tem. Infelizmente, o
Programa Integrado Entrada da Cidade começou a patinar; os recursos do Fonplata
no caixa da Prefeitura e aquelas vilas todas só pioraram em qualidade de vida
pela incompetência de gestão de um programa pronto.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra
para discutir o PLE nº 052/11.
O SR. CARLOS
TODESCHINI:
Sr. Presidente, Vereadores, Vereadoras, Ver. Brasinha, é bem simples. A Vila
Santo André, no nosso tempo, tinha um terço das pessoas e tinha caixa d’água,
sim, porque ali é área de risco. Essas pessoas tinham que ser removidas.
Portanto, a caixa d’água, o atendimento que eles tinham com caminhão-pipa
qualificado e com cuidado sistemático na manutenção da caixa era a forma de
garantir água e a saúde pública daquela comunidade. Infelizmente, a Vila se
multiplicou por três nesses últimos oito anos, e a única água que tem é aquela
mesma, o mesmo sisteminha que foi implantado no nosso período. Então, não serve
de exemplo. E é lamentável a permanência do que se encontra lá.
Agora, meu caro Ver. Sebastião Melo, o senhor
fez aqui uma provocação salutar e eu quero rebatê-la. Quero dizer que, como o
Ver. João Dib, que foi Diretor do DMAE, sabe, comercializar, vender e comprar
imóveis por parte do DMAE é prática comum. Ora é preciso formar um outro
reservatório, ora outro equipamento, e se desapropriam áreas e se adquirem
áreas. Quando elas são ociosas, não têm mais utilidade, se vende. Portanto, não
tem nenhuma anormalidade nesse processo, e deve ser assim mesmo. Já disse que
está correto o processo.
Agora, o que me preocupa é que não é aceitável a
Justificativa de que tem que vender para fazer o Água Certa, porque o DMAE tem
R$ 300 milhões em caixa e não depende desse dinheiro para fazer a regularização
da água. Isso nos causa
estranheza, porque não está faltando dinheiro no caixa do DMAE e não estão
faltando recursos para fazer o que deve ser feito. O que é mais estranho é
justificar dizendo que tem que vender um terreno para fazer o Água Certa se há
R$ 300 milhões em caixa. Isso é estranho! Completamente estranho!
Ademais,
também é muito estranho que o Programa Integrado Socioambiental, em oito anos,
Ver. Melo, tinha que reassentar 1.400 famílias lá no Cristal – inclusive,
haverá uma reunião do OP hoje à noite, no Cristal -, e, entre bônus-moradia e
reassentamento, assentou 400, 410 famílias. Só que, nesses oito anos, 300 novas
famílias se formaram, houve um adensamento. Portanto, de 1.400 passaram a ser
1.700, menos 400; há ainda 1.300 famílias a serem reassentadas. Isso, sim, tem
que ser objeto de preocupação. Até porque, Ver. Nedel, quando fui Diretor do
DMAE, quando elaboramos o Projeto Socioambiental - e posso dizer que deixei
esse projeto pronto e licenciado -, ali naquela região havia 14 terrenos
indicados para desapropriação, que deveriam ser adquiridos pelo Programa para
os reassentamentos. Catorze terrenos. E isso não foi feito; por isso esse
atraso e esse problema. Porque o Prefeito falou, na reunião de sexta-feira, lá
na Conferência do Meio Ambiente, que vai na Rio + 20, agora, apresentar o
Programa Integrado Socioambiental, o PISA, como o Programa de Porto Alegre.
Agora, pergunto: qual é o programa de Porto Alegre que em oito anos não vai
tratar uma gota de esgoto? Que em oito anos trata menos esgoto do que antes?
Que não reassentou as famílias, que não canalizou o arroio Cavalhada, que não
cuidou do arroio do Salso, que não implantou nenhum parque, que não fez o que
estava previsto? Então, penso que o projeto que vem para cá tem que ser assim:
“Bom, o DMAE precisa vender, porque o terreno não serve mais!” Tudo bem. Voto a
favor, inclusive. O que não pode é dar uma Justificativa que não tem fundamento
nem necessidade. Pois se há R$ 300 milhões em caixa, sobrando, como é que vou
ter que vender um terreno que vale R$ 800 mil para fazer aquilo que o DMAE tem
de fazer por obrigação natural? Não tem cabimento uma coisa dessas! Está furada
a explicação, e aí me leva a desconfiar, inclusive, que haja outros elementos
no jogo, Ver. Melo.
Então,
eu quero dizer, como ex-gestor do DMAE, que não vejo nenhum problema, porque é
uma prática ordinária. O Dib fez a
mesma coisa: comprar e vender imóveis. O DMAE tem mais de 500 espaços na
Cidade; tem reservatórios, tem bombeamentos, tem ETAs, tem ETEs, tem
instalações prediais, enfim, tem um patrimônio imenso. E os que não servem, têm
que ser comercializados, porque, inclusive, não só não rendem nada, como correm
o risco de invasão. Agora, a justificativa é que não é aceitável, pois tem
dinheiro sobrando no DMAE; e tendo dinheiro sobrando, não se dá uma
justificativa como essa, porque aí me faz quase entender que é uma forçação de
barra. “Não, eu tenho que fazer, porque eu vou regularizar”. Inclusive, esse
Programa Água Certa não é nada mais do que uma maquiagem malfeita do programa
que nós tínhamos, que era o Programa de Controle de Perdas, que possibilita e
autoriza, sim, a entrada em áreas em litígio para combater as perdas. Coisa que
foi mudada para o nome fantasia, para o pomposo nome de Programa Água Certa,
mas que não tem efetividade, que não produz quase nada, que lança contas
fantasmas, que cobra de um miserável uma conta de R$ 200 mil - como a gente já
viu -, em que um pobre coitado vai lá e assina, porque nem sabe o que está
assinando, muitas vezes. Mas isso aconteceu.
Então,
eu quero fazer esse alerta: as coisas não precisam dessa forçação de barra para
receber o nosso apoio. É o comércio de um imóvel e vamos atender o pedido do
DMAE, porque é um imóvel que não tem mais serventia, não tem previsão de uso.
Mas não forçar e dizer que é para resolver o problema do Programa Água Certa,
para controlar as perdas, ou para fazer obras nas vilas irregulares, isso é
inaceitável! Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Em votação o PLE nº 052/11. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO, com os votos contrários das
Vereadoras Sofia Cavedon e Maria Celeste.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 3665/11 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 006/11, que inclui §
2º, renumera o parágrafo único do art. 107 e inclui art. 107-A na Lei
Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985 – Estatuto dos Servidores
Públicos de Porto Alegre. (Reposição, ao erário, de pagamento indevido.)
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Adeli Sell: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Paulinho Rubem Berta: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, I, da LOM;
- incluído na
Ordem do Dia em 16-04-12;
- discutiram a
matéria os Vereadores S. Cavedon, C. Todeschini, J. A. Dib, A. Sell e V.
Nagelstein, em 30-04-12;
- adiada a
discussão por uma Sessão, em 30-04-12.
O SR. PRESIDENTE (Haroldo
de Souza): Em
discussão o PLCE nº 006/11. (Pausa.)
O Ver. João Dib, Líder do Governo, requer
o adiamento da discussão, por uma Sessão, do PLCE nº 006/11. Em votação o
Requerimento de adiamento de votação do PLCE nº 006/11. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0660/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 056/12, de autoria do
Ver. Bernardino Vendruscolo, que
inclui a Semana da Fraternidade Maçônica no Anexo II à Lei nº 10.903, de 31 de
maio de 2010 – que institui o Calendário de Eventos de Porto Alegre e o
Calendário Mensal de Atividades de Porto Alegre, dispõe sobre a gestão desses
calendários e revoga legislação sobre o tema –, e alterações posteriores, na
última semana de junho.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela inexistência de óbice de natureza
jurídica
para
a tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia por força do
art. 81 da LOM em 30-04-12.
O SR. PRESIDENTE (Haroldo
de Souza): Em
discussão o PLL nº 056/12. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 3840/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 246/11, de autoria do
Ver. Luiz Braz, que inclui a efeméride Novena de Nossa Senhora Mãe de Deus
no Anexo à Lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010 – que institui o Calendário de
Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de Porto Alegre e
organiza e revoga legislação sobre o tema –, e alterações posteriores, de 23 a
31 de dezembro.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. Tarciso Flecha Negra: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 23-04-12.
O SR. PRESIDENTE (Haroldo
de Souza): Em
discussão o PLL nº 246/11. (Pausa.) O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 246/11.
O SR. ADELI SELL: Eu volto ao tema das efemérides de Porto
Alegre, é mais uma data, e quero dizer, sem problema, que terá o meu voto. Mas
vim aqui reiterar o debate da semana passada: é um absurdo como nós tratamos o
Calendário Oficial de Porto Alegre. Nós fizemos uma legislação, compilamos
absolutamente todas as efemérides, revogamos algumas que estavam no Calendário
e que nunca existiram - primeiro porque a Prefeitura não fez absolutamente
nada, e também - e, às vezes, coloca-se uma efeméride criando a ilusão – uma
ilusão – nas pessoas de que isso será um megaevento. Outra coisa: nada garante
para o evento o fato de ele ser colocado no Calendário Oficial; nada,
absolutamente nada. É mais uma data, é mais uma efeméride, só vai evoluir se o
setor interessado, a começar pelo Vereador que a propôs, pressionar o Poder
Público para que essa atividade seja uma atividade para valer. Na semana
passada, eu citei o caso do Dia de Conscientização da Fibrose Cística, uma Lei
minha, 21 de junho, no dia em que começa o inverno, pela peculiaridade da
doença, e todo o ano sai alguma coisa. A gente discute com a AGAM, que é
Associação Gaúcha de Apoio à Mucoviscidose, Fibrose Cística; faz-se debate, por
exemplo, no Hospital de Clínicas; e a Prefeitura tem feito algumas coisas
porque eu pressiono a Prefeitura para que, nessa data, seja feita alguma coisa,
até uma atividade em shopping center já se fez sobre esse tema,
divulgando um fôlder para dizer qual o problema com essa doença. Em falando
dessa novena - onde será, como será, quais os atores envolvidos? O que a
Prefeitura deve fazer? Apenas colocar no Calendário? Barbada! Mas não existe
uma publicação. A primeira coisa que eu vou fazer, Ver. Luiz Braz, depois dessa
aprovação de hoje – que vou votar favoravelmente –, é fazer um Pedido de
Providência: publicar o Calendário de Efemérides no site da Prefeitura, com destaque “Calendário Oficial da Prefeitura
de Porto Alegre”, com a lista de tudo, porque daí eu posso olhar. Se tiver uma
atividade na Glória, importante, eu vou divulgar. Vou dizer que a Prefeitura
tem de fazer uma divulgação, mas se ela não fizer, e eu achar importante ou que
eu tenha uma relação com a comunidade da Glória, vou lá na cascata. Enfim, vou
fazer o meu boletim, vou dizer que tem uma atividade para o bairro Glória, em
Porto Alegre, importante para aquela região. Se eu tiver uma relação como o
Braz tem com a efeméride citada, da novena, eu vou também fazer. O Braz eu sei
que faz, o Braz pilota um programa de tevê, é jornalista, tem o seu jornal,
acho correto, acho importante, ele faz essa divulgação. Mas não basta, a
Prefeitura tem de colocar; a primeira coisa é colocar no site oficial o Calendário Oficial, e tem de fazer uma pequena
publicação que fique nas instituições - mandar para as instituições para estas
se envolverem. Então, o pessoal que trata do turismo religioso tem de trabalhar
na Secretaria Municipal do Turismo, porque este é um evento religioso da
Cidade.
O Sr. Luiz Braz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Adeli Sell, eu dou
razão a V. Exa. Acredito que não basta só ficarmos colocando no Calendário
Oficial e não fazermos com que essas datas sejam bem divulgadas, sejam
trabalhadas, porque isto é o que realmente nós queremos.
Com
relação a esta data que estamos votando, com toda a certeza, aquela comunidade
em volta da igreja, ela mesma está esperando fazer um trabalho e, é claro, com
o incentivo da Prefeitura Municipal.
O SR. ADELI SELL: Pois é, se as coisas forem concatenadas,
acontecem. O problema é que Porto Alegre é a Cidade com o maior número de
ilhas: cada um é uma ilha, aqui! Como aquela história que falam lá os
catarinenses, tocam flauta na gente - com toda a razão! Chegou um sujeito numa
praia em Santa Catarina, ele tinha seis cestos de siri, cinco tapados e um
aberto. Alguém perguntou: “Pô, como é isso, que nesses abertos aqui o siri não
sai?” “É que é gaúcho, puxa para baixo. Aqui é assim.” Não, nós temos que
incentivar esse tipo de efeméride. Não basta a comunidade, não basta o Braz
apenas fazer! É preciso que a Prefeitura Municipal assuma efetivamente, e não
só essa, mas todas as efemérides. Eu poderia citar tantas outras que são
importantes, como por exemplo, o Dia da Fundação do Brique da Redenção. Está ou
não está no calendário oficial? Deveria estar.
Enfim,
é preciso que a Prefeitura Municipal assuma o seu papel de coordenar, de
articular, incentivar e chamar previamente. Alguém tem que estar responsável
por isso. Isso é um assunto da Secretaria Municipal do Turismo, quem trata do
turismo religioso tem que estar na parada. Se for uma atividade da área da
Saúde, terá que chamar o seu Bosio, Secretário Municipal da Saúde, a estar para
trabalhar a questão com sua equipe, e assim sucessivamente.
Fiz
uma crítica, espero que ela seja construtiva e que a Prefeitura Municipal
acolha, porque, meu caro Valdir Fraga, eu vi o senhor anotando no seu
caderninho, e eu espero que isso chegue à Prefeitura. Quero agradecer essa
parceria, inclusive, porque acho que é assim que se constrói uma cidade do
futuro. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
(O
Ver. Mauro Zacher reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Não há mais quem queira discutir. Em
votação o PLL nº 246/11. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Apregoo
Requerimento, de autoria do Ver. Mario Manfro, solicitando a alteração da
representação do PSDB na CPI destinada a apurar fatos relativos à parceria
firmada entre a Prefeitura Municipal de Porto Alegre e o Instituto Ronaldinho,
a qual passará a cargo do Ver. Mario Manfro.
Apregoo
Requerimento, de autoria do Ver. Dr. Thiago Duarte, solicitando renovação de
votação do PLL nº 171/10.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher – às 16h32min): Está encerrada a Ordem do Dia.
Passamos
à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 0707/12 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 010/12, de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo, que concede o
Diploma Honra ao Mérito à União das Faculdades Integradas de Negócios Ltda.
(Unifin) – Faculdades São Francisco de Assis.
PROC.
Nº 0764/12 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 014/12, de autoria do Ver. João Carlos
Nedel, que concede o Diploma
Honra ao Mérito ao senhor Günther Reginaldo Staub.
PROC.
Nº 1050/12 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 026/12, que revoga a
Lei nº 11.263, de 16 de abril de 2012, que denomina Recanto do Amigo Fiel o
espaço do Parque Farroupilha – Redenção – localizado entre o chafariz da fonte
luminosa e o lago dos pedalinhos.
PROC.
Nº 1977/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 072/11, de autoria do
Ver. Dr. Thiago Duarte, que
altera para Praça Comunitária Esportista Ruy Barbosa da Silva a denominação do
logradouro público denominado Praça João Amazonas, localizado no Bairro Glória.
PROC.
Nº 0418/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 028/12, de autoria da
Verª Fernanda Melchionna e do Ver. Pedro Ruas, que obriga as empresas do transporte coletivo urbano a
observar, para seus usuários em paradas de ônibus, em dias úteis e independentemente
da linha, os tempos máximos de espera que estabelece.
PROC.
Nº 0913/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 074/12, de autoria do
Ver. Tarciso Flecha Negra, que
concede o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao senhor Sirmar Antunes
Corrêa.
PROC.
Nº 1031/12 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 025/12, que declara de
utilidade pública o Centro Esportivo, Cultural e Assistencial da Vila do
Campinho (CECAVIC).
2ª SESSÃO
PROC. Nº 0755/12 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 065/12, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que inclui o Rodeio de Poetas Crioulos no
Anexo II à Lei nº 10.903, de 31 de maio de 2010 – que institui o Calendário de
Eventos de Porto Alegre e o Calendário Mensal de Atividades de Porto Alegre,
dispõe sobre a gestão desses calendários e revoga legislação sobre o tema –, e
alterações posteriores, no último final de semana de junho.
PROC. Nº 0911/12 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 004/12, que institui Regiões de Potencial Tecnológico
(REPOTs) no Município de Porto Alegre e dá outras providências.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Carlos Todeschini está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, eu me inscrevi para debater um projeto, Ver.ª
Sofia Cavedon, de autoria do Ver. Thiago Duarte, onde ele propõe alterar para
Praça Comunitária Esportista Ruy Barbosa da Silva a denominação do logradouro
público denominado Praça João Amazonas, localizada no bairro Glória. Pois bem,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, nós já tivemos vários problemas, muito
sérios, por alteração de nomes de ruas concedidos pelo Plenário desta Câmara. E
essa praça, esse logradouro no bairro Glória homenageia João Amazonas, grande
líder da luta socialista do Brasil.
Tem
gente que pode não concordar, mas é inegável que João Amazonas é uma das
figuras emblemáticas da luta socialista do Partido Socialista do Brasil, da
luta pela democracia, da luta contra a ditadura militar, da luta pela dignidade
deste País. E fiz um apelo, inclusive, em conjunto com o Dep. Raul Carrion, no
último domingo, num almoço onde nós e outros Vereadores estávamos, em Ipanema,
para que ele retirasse isso de tramitação, inclusive, porque o fato de estar
aqui tramitando em Pauta, de per si,
já é uma ofensa a todos nós e às lideranças que são homenageadas nesses casos.
Qual é a justificativa para propor uma medida desse tipo? Substituir um nome
que foi dado a uma rua, a uma praça, um logradouro, um espaço público? E vejam
só, nós já tivemos outros episódios dessa natureza aqui, lamentáveis, em que
líderes populares tiveram a proposta de serem substituídos por agentes ligados
à ditadura militar, pessoas que participaram das torturas, das atrocidades do
regime, que não tinham dignidade, que não tinham méritos, que não mereciam ser
lembradas. Agora, vejo como um equívoco do Ver. Dr. Thiago querer retirar o
nome de João Amazonas. É uma honraria que foi concedida por todos nós, Ver.
Cecchim!
Nós
acompanhamos aqui, por exemplo, o que foi a polêmica da Av. Presidente Castelo
Branco. Eu tenho certeza de que a grande maioria aqui não concorda com a
ditadura e os seus feitos, mas, por respeito, pela tradição, por estar
consolidado, por um conjunto de elementos contidos já no Projeto, na Lei, no
que foi aprovado, a Câmara optou por não mudar - isso que Castelo Branco foi
uma figura central no golpe militar.
Agora,
qual é o mal que o João Amazonas fez para o Brasil? Qual é a motivação, Ver.
Cecchim, para uma atitude dessas? Lembro que eu estava aqui quando esse Projeto
foi proposto e aprovado pelos Vereadores Raul Carrion e Manuela d'Ávila, e nós todos apoiamos e aprovamos por
consenso. Então, é pelo menos muito deselegante essa atitude.
O Sr. Idenir Cecchim: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Obrigado, Ver. Todeschini. Queria cumprimentá-lo pelo seu coerente
pronunciamento. Quero lhe dizer que eu também não concordo, como não concordei,
em mudar o nome da Av. Presidente Castelo Branco, e muito menos concordaria em
mudar, tirar ou desfazer uma homenagem ao João Amazonas, que tem todos os seus
méritos. Se o Carrion, agora Deputado, propôs, certamente ele tinha motivos, e
a Câmara também teve motivos para votar o nome. Eu concordo com V. Exa. no
pronunciamento que está fazendo e não mudaria o nome, não. Obrigado.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado pelo seu pronunciamento, que
enriquece a nossa manifestação. E fica aqui o apelo ao autor para que retire de
pauta, peça a baixa desse processo, porque entendo não ser, pelo menos no
mínimo, uma atitude elegante. Chega o Ver. Thiago agora; inclusive, se for o
caso, se ele quiser nos apartar, que o faça, mas fica aqui a minha manifestação
de profundo descontentamento com uma atitude dessas, porque João Amazonas não é
qualquer pessoa, é uma das pessoas que ajudou o povo brasileiro. Podemos
discordar, podemos pensar diferente, mas ninguém pode negar que ele foi uma
figura emblemática da luta democrática, da luta que se irmanou com Ulysses
Guimarães, com Lula, com Brizola, com todas as grandes figuram que queriam ver
um Brasil livre, o que está sendo conquistado aos poucos, a partir da
Constituinte, a partir das eleições diretas, a partir da luta democrática – um
novo Brasil. E é isso que representa essa figura, que é, inclusive, nacional.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, todos que nos assistem e nos escutam, eu venho a
este microfone, agora, com muita alegria e muito orgulho ,agradecer à Executiva
do meu Partido, aos seus articuladores, a todos que trabalham no PPS por um
Partido forte, por um Partido que está se tornando cada vez mais aguerrido e
uma família. É um Partido que trata os seus como uma família: como irmãos, pais
e amigos. É uma fraternidade do bem. E hoje, para minha alegria, até para minha
surpresa, de certa forma – participei de todas as negociações, junto com o PPS,
junto com os outros Partidos –, tenho a honra de agradecer aqui a mais cinco
Partidos que se juntam pela Frente Cidadã na eleição de 2012. São Partidos que
vão compor essa frente por uma ideologia, privilegiando, botando sempre em
primeiro lugar a cidade de Porto Alegre, seus cidadãos. Tudo o que esses seis
Partidos, articulados com o PPS, vêm formar é uma Frente para representar, em
Porto Alegre, também um projeto de protagonismo, um projeto que vem para se
somar. O PPS é aquele Partido que, muito pouco tempo atrás, elegeu o Prefeito
desta Cidade, que se chamava, na época, José Fogaça. O PPS, junto com esses
outros Partidos, se Deus quiser, estará fazendo e desempenhando um bonito papel
em 2012. É um Partido que vai à busca do que a Cidade mais precisa: trazer à
Cidade uma Administração que venha a se somar em favor do cidadão. Esse Partido
vem aos poucos construindo, é um Partido que, graças a Deus, não tem telhado de
vidro, ninguém pode jogar uma pedra nele, é um Partido honesto, é um Partido de
trabalhadores e um Partido que respeita suas ideologias. Esse é o PPS guerreiro
de todos os dias!
Mais
uma vez quero saudar a Executiva do PPS, o Presidente Municipal do meu Partido,
Paulo Odone, e o Presidente Estadual do Partido, Luciano Azevedo. Quero
homenagear e agradecer todos que trabalham com o PPS: seus membros, sua
Executiva, seus militantes, seus funcionários, a quem vai o agradecimento deste
Vereador pelo trabalho que vêm desempenhando. E quero anunciar aqui o nome, com
a liberdade que me deram, dos Partidos que já estão compondo a Frente Política
Cidadã por Porto Alegre, pois já foi assinado, sacramentado e amanhã será
consolidado: PV - Partido Verde - está com o PPS, está junto na Frente Cidadã;
PRTB, Partido de muita luta, de muita garra que se soma a esta Frente; PTdoB,
outro Partido que há muitos anos vem lutando, trabalhando pela cidade de Porto
Alegre; PMN, Partido também guerreiro, que tem muita gente boa e que também vão
estar à frente nessa luta por Porto Alegre; PRP, mais um Partido que se soma a essa
Frente, também mais um Partido pequeno, concordamos, mas um Partido de muita
fibra e de ideologia pura, ideologia que não tem o “se”, mas, sim, o “estar”; e
o meu querido PPS, minha segunda família do coração. Somos uma Frente, Ver.ª
Sofia Cavedon, de seis Partidos. A Vereadora quer que eu repita, gostaria que
eu repetisse? Vamos repetir então, com muito orgulho: PV - Partido Verde; PRTB;
PTdoB; PMN; PRP; e o meu saudoso e querido, que me deixa orgulhoso, que vai me
deixar dormir mais tranquilo esta noite, sabendo que as nossas possibilidades
também crescem, e bastante, nesta eleição... Ver. Brasinha, quero dizer o
seguinte: o PPS vai buscar, sim, somar o maior número de cadeiras nesta Casa
para fazer uma Bancada forte, aguerrida, honesta e com vontade de vencer.
Mais
uma vez quero agradecer a todos os Presidentes desse Partido porque estaremos
na luta, em 2012, por uma Bancada forte, unida, honesta e fiel dentro desta
Casa, se Deus quiser! Muito obrigado e obrigado à Executiva do meu Partido.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Presidente, no nosso rodízio, na nossa
Liderança compartilhada, hoje seria o dia do Ver. Márcio, assim como a
quinta-feira é o dia do Ver. João Bosco Vaz, e eu o agradeço pela cedência do
espaço a este Vereador. Subo a esta tribuna para comentar duas questões.
Primeiro, não tive, naquele momento, Ver. Adeli, oportunidade de esclarecer
mais o Projeto, mas, certamente, vou ter oportunidade em outro momento. O nosso
Projeto, singelamente, é o dos guard-rails,
para deixar mais claro para o nosso público entender. Ele, como V. Exa. disse
aqui, tem o objetivo de tentar minimizar o efeito da queda de veículos, por
exemplo, no arroio Dilúvio, nos sete pontos, já determinados pela EPTC, de
contato e de facilidade, que ficam exatamente nas intersecções do arroio
Dilúvio. A queda de veículos, muitas vezes, Ver. Adeli, não tem relação com a
imperícia, com a imprudência ou com a negligência do condutor; às vezes,
infelizmente, são situações de fatalidade. Então, queremos com isso resguardar
a vida desses porto-alegrenses e impedir que essas situações ocorram. Mas,
oportunamente, discutiremos isso, inclusive mais calcados em algumas
estatísticas. Trarei aqui essa relação direta. É uma medida que já está sendo
adotada pela EPTC, no arroio Dilúvio, e que foi adotada pelo DAER, no Estado,
lá na Estrada do Mar. Então, nesses pontos, efetivamente, tem que se procurar
cuidar e resguardar. E não são nas calçadas. Realmente, se fosse algo que
impedisse à acessibilidade, certamente, seríamos os primeiros a ser contra.
Outra
questão que venho abordar aqui, e saúdo o pessoal da Glória, diz respeito a um
projeto de nossa autoria, no sentido de denominar a praça comunitária da Glória
de Praça Rui Barbosa da Silva, que foi um grande desportista de Porto Alegre e
um grande morador daquela região. Certamente, Ver. Todeschini, nós podemos
construir alternativas com isso, mas não é de forma belicosa que faremos isso,
não é desqualificando o Projeto do colega que faremos isso, não é, Ver. Elias,
colocando o autor inicial desse projeto contra este Vereador que faremos fazer
isso. Podemos, sim, construir. Já convocamos e combinamos com o pessoal da
Glória uma reunião com a Bancada do PDT para discutirmos isso, porque temos
muito respeito às associações comunitárias constituídas.
A
Associação Comunitária da Glória tem sua sede exatamente naquela praça, e ela
não foi ouvida. Foi uma justa homenagem, uma excelente homenagem feita aqui a
João Amazonas, mas a Associação Comunitária nunca foi ouvida com relação a
isso. Nem sabe, Ver. João Bosco Vaz, quem foi João Amazonas. Mas Rui Barbosa
eles sabem quem foi; um grande desportista, um maratonista desta Cidade, e
morador da região, e eles, sem dúvida nenhuma, querem prestar uma homenagem a
ele. Então, é importante, e diria fundamental, escutarmos profundamente as
comunidades quando designamos nomes de logradouros ou nomes de praças, para que
essas praças e esses logradouros possam ter, da comunidade, uma sensação e um
sentimento de pertencimento, senão, não vamos conseguir fundar isso nas
comunidades.
Então, se o Deputado Raul Carrion se sentiu
desprestigiado, se alguma autoridade se sentiu desprestigiada, não foi com esse
intuito que este Vereador fez isso, mas, sem dúvida nenhuma, foi no sentido de
atender à justa, legítima e correta reivindicação daquela comunidade de ter um
nome de um membro seu naquela Praça. Podemos compor isso, mas não vai ser com qualquer
tipo de intimidação ou de ação belicosa de quem quer que seja que nós vamos
construir um caminho. Caminho não se constrói assim; constrói-se com paz, com
tranquilidade, com palavras carinhosas e não com ações belicosas. Quero dizer
isso de público e quero dizer também que sinto na comunidade do bairro Glória
um grande anseio de homenagear Ruy Barbosa, mas sem denegrir e sem estragar a
homenagem que já foi feita. Parabéns à comunidade do bairro Glória pelo seu
sentimento e pela sua atitude de grandeza nesse processo. É importante que nós
possamos, sem dúvida nenhuma, homenagear os nossos moradores, os moradores de
Porto Alegre, os moradores das comunidades, para, cada vez mais, poder
construir efetivamente a história da Cidade.
Então, segunda-feira, às 14h, sentaremos com os
integrantes da Bancada do PDT, e convido aqui os caros membros da Associação, o
Sr. Fortes, e outros membros que queiram se fazer presentes. Nós poderemos
construir um caminho diferente, mas sem esse tipo de atitude, e, sim, com atitudes
como a que teve a comunidade, uma atitude altiva, uma atitude, sem dúvida
nenhuma, digna do nosso mais alto elogio. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Apregoo Requerimento, de autoria do Ver.
Tarciso Flecha Negra, solicitando alteração da representação do PSD na CPI
destinada a apurar fatos relativos à parceria firmada entre a Prefeitura de
Porto Alegre e o Instituto Ronaldinho, a qual passará a cargo do Ver. Tarciso
Flecha Negra.
O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para uma Comunicação
de Líder.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Sr. Presidente; Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, todos que nos assistem... Mas, brincando, Ver. Brasinha, naquela
época, eu era mais rápido que os gandulas; a bola saía, eu mesmo que buscava.
Então, não tinha o Títio Fantoni, o Telê Santana não se preocupavam em brigar
com os gandulas. Nem tinha gandula.
Eu
quero cumprimentar o Sindicato dos Chaveiros, parabéns, após ter sido
sancionada a Lei que estipulava os novos modelos padrão das bancas de
chaveiros... Bancas lindas, maravilhosas que vão dar que vai dar um aspecto
mais bonito para a nossa Cidade. Parabéns. Eu e o Ver. Luiz Braz fizemos três
ou quatro reuniões com a Isabel Matte, e quem ganha é a Cidade. A Cidade ganha muito
no visual da nossa Capital, principalmente, o Centro de Porto Alegre.
O
que me traz aqui, também, Ver. Adeli Sell, Ver. João Bosco Vaz, é porque eu
moro há 12 anos no Centro de Porto Alegre, e, na Rua da Praia, Andradas, lá do
Gasômetro até a esquina Democrática, vamos ver que as luminárias, aqueles
postes tão lindos dão a impressão de que a gente está numa cidade da Europa,
tipo Portugal... E aqueles postes, pintadinhos, as luminárias limpinhas, a
iluminação com as lâmpadas funcionando, na rua que nós temos como referência
dentro de Porto Alegre, a Rua da Praia, que não tem praia, mas é a nossa rua,
uma rua maravilhosa. Pela terceira vez, há quase um ano, eu venho
fazendo Pedidos de Providências, pedindo ao Departamento que olhe, no Centro,
aquela iluminação, não só por aquilo de lindo que tem aquela iluminação,
aquelas luminárias, mas também para utilidade daquelas pessoas que andam à
noite, para que aquilo seja um pouquinho mais claro. Pois, se com a claridade
suficiente já é difícil, imaginem sem essa claridade. Então, nós pedimos, não
para criticar A ou B, mas, sim, como providência para que a iluminação chegue
àquelas luminárias, àqueles postes, porque o nosso Centro é a referência de
todos nós da Capital dos gaúchos, e é a coisa mais linda. E todo mundo que anda
na Rua da Praia... Eu vejo os turistas que chegam a Porto Alegre, que se
hospedam no hotel bem na Rua da Praia, todos com máquinas fotográficas,
fotografando a Igreja Nossa Senhora das Dores, do lado de onde eu moro;
fotografando o prédio Mário Quintana. Olha, gente, que coisa linda para o
turista, que coisa linda para nós, que caminhamos ali na Rua da Praia, que
coisa linda para quem mora ali também. Eu acho que esse Pedido de Providências
que eu faço não é uma crítica; é um pedido do povo de Porto Alegre que por ali
passa todos os dias, é um pedido para o povo, Ver. João Dib. Não é o Ver.
Tarciso criticando, é um pedido desse povo que caminha no Centro de Porto
Alegre, principalmente na Rua da Praia. Então, fica esse Pedido, mais uma vez, espero
que nós, do Centro, e que visitamos o Centro, possamos ser contemplados com
essa iluminação e com aquela Rua tão linda, que é a nossa Rua da Praia, que não
tem praia, mas é a nossa Rua linda. Então, fica esse Pedido de Providências,
mais uma vez. Esperamos que o órgão competente tenha um pouco de sensibilidade
e possa fazer aquilo. Não é para o Ver. Tarciso, mas, sim, para o povo de Porto
Alegre. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir
a Pauta.
O SR. ADELI
SELL:
Sr. Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, eu novamente me obrigo a vir
aqui porque, principalmente quando você tem divergências, tem que expô-las. Eu
espero que a moda não pegue nesse negócio de mudança de nome de ruas. Quando
discutimos aqui a Av. Castelo Branco, eu dizia que o Parecer que havia dado não
tinha nada a ver com questões ideológicas, mas era porque aquela avenida não
tem nenhuma edificação, não há nenhum número registrado, portanto, ao se mexer
no nome, não se prejudicaria absolutamente ninguém. Mas em lugares
consolidados, onde existem habitações, seja no entorno de uma praça ou numa
rua, é sempre bom verificar porque a mudança de endereço para essas pessoas dá
uma confusão danada. Também espero que não seja com nenhum conteúdo
político-ideológico a mudança na Praça João Amazonas. Eu, que tenho uma
formação antistalinista, evidentemente não sou um sujeito que vem aqui louvar o
João Amazonas. Venho louvá-lo por outras razões: pela sua luta contra a
ditadura, pelas liberdades democráticas no País. Isso, sim, por si só, já é um
mérito para se ter o nome de uma praça em Porto Alegre. Se não for questão
político-ideológica, eu espero que seja feito muito debate com a comunidade,
porque você pode ter algumas pessoas que queiram mudar o nome de uma praça, de
um local, mas pode ser que a comunidade não queira. Então, eu estou aqui
rapidamente fazendo mais um alerta do que qualquer coisa, porque acho
fundamental que a gente não se cale diante dessas questões. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Professor Garcia está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. PROFESSOR
GARCIA:
Prezado Presidente, Ver. Mauro Zacher; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras,
público que nos assiste; primeiro, vou falar um pouco do Projeto do Ver. João
Carlos Nedel que concede o Diploma de Honra ao Mérito ao Sr. Günther Staub. É
mais do que justo, pois Günther Staub, ao longo de sua vida, tem uma trajetória
de serviços prestados à população não só de Porto Alegre, mas do Rio Grande do
Sul, então, entendo mais do que legítimo esta Casa homenageá-lo. Queria
parabenizar o Ver. João Carlos Nedel.
O Projeto do Ver. Dr. Thiago, ele veio aqui e
colocou as suas explicações, inclusive de parte da própria comunidade, mas
sabemos que sempre é uma dificuldade para mudar um nome. Primeiro, aqui, um
Projeto para mudar de nome não é por maioria. E, na comunidade, buscar esse
consenso também é uma outra coisa que, às vezes, pode nos levar a tanto
desgaste que me faz pensar se vale a pena. Tem um nome, e esse nome, com o
tempo, é consolidado. Então, deixo essa questão para reflexão e para uma
possível discussão mais adiante.
O Ver. Pedro Ruas tem um Projeto de Lei,
juntamente com a Ver.ª Fernanda Melchionna, que “obriga as empresas do
transporte coletivo urbano a observar, para seus usuários em paradas de ônibus,
em dias úteis e independentemente da linha, os tempos máximos de espera que
estabelece”. Ora, como ideia é bom, mas é difícil a execução. Estabelecer
horários em Porto Alegre... Por exemplo, 7 horas da manhã, 6 e meia, se
estabelece o horário que quiser e não tem lei que faça cumprir! Nos corredores
de ônibus ficaria mais viável. Mas querer estabelecer horário num determinado
local... A não ser que ele bote uma flexibilidade de 40 minutos, uma hora, e aí
nós estamos brincando. Volto a dizer que, como ideia, é bom, vai trazer a esta
Casa a discussão da agilidade, mas também estou levando para a questão da
discussão dos corredores de ônibus. Volto a dizer, os corredores de ônibus, por
exemplo, na 3ª Perimetral... Ora, a 3ª Perimetral até então, antes do Pisa,
tinha sido a maior obra viária de Porto Alegre, com o maior custo: R$ 230
milhões. E a 3ª Perimetral só foi concebida em função do transporte coletivo.
Eu pergunto aos senhores e às senhoras: onde estão os ônibus na 3ª Perimetral?
Este Vereador, em 2007, entrou com um Projeto de Lei – depois fizemos um acordo
com o Governo Fogaça, na época –, e está lá hoje, através da proposição deste
Vereador, o corredor de ônibus, no espaço entre a Av. Ipiranga e a Rua Dona
Leopoldina, onde fica a Sogipa, aos domingos e feriados, utilizado como área de
lazer e recreação. E só fizemos isso porque está desocupado, está livre!
Os corredores de ônibus deveriam ser espaços
para dar fluidez. Eu questiono esse aspecto porque nós temos uma dificuldade
dentro do sistema normal, em horários de pico. Como Projeto de Lei para
discussão é muito bom; se é para fazer uma lei inócua, que não vai ser possível
de ser realizada, não tem sentido. Mas eu volto a dizer que, para discussão, é
muito bom para a Cidade, vai ajudar a discutirmos cada vez mais a questão do
transporte público e suas dificuldades. Também sabemos que em qualquer lugar do
mundo, nos horários de grande movimentação, mesmo onde há outros modais além de
ônibus – como metrô, trem urbano –, há dificuldades. Em qualquer lugar do
mundo!
Uma emissora de televisão brasileira vai apresentar,
a partir desta semana, uma série de reportagens sobre o transporte coletivo no
Brasil nos horários de pico. E eu volto a dizer: em qualquer lugar do mundo,
nos horários de grande movimentação, sempre tem problema, ou seja, existe
congestionamento. Então, este Projeto tem a vantagem de trazer a discussão, mas
Porto Alegre tem que discutir um pouco a utilidade dos seus corredores de
ônibus, que, em alguns lugares, estão ociosos. E os corredores de ônibus só
existem para dar fluidez ao trânsito. Se não são utilizados, vamos fazer uma
rediscussão da questão viária e da utilização do transporte coletivo na nossa
Cidade. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Elias Vidal está com a palavra para discutir
a Pauta.
O SR. ELIAS
VIDAL:
Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, público
que se encontra aqui nesta Casa Legislativa e que nos ouve pela televisão, eu
venho a esta tribuna para falar do Projeto de Lei deste Vereador, Lei nº
11.263, de 16 de abril de 2012 , que denomina o Recanto do Amigo Fiel o espaço
do Parque Farroupilha – Redenção – localizado entre o chafariz da fonte
luminosa e o lago dos pedalinhos.
O Governo mandou para esta Casa um pedido de
revogação dessa Lei, e eu acho isso bastante estranho - embora tenha lido no
jornal Zero Hora uma reportagem que falava sobre essas questões, se seria o
local que nós denominamos por lei ou o minizoo -, revogar o espaço que foi
denominado, até porque havia o Projeto de Lei do Dr. Raul, que contemplaria
todas as praças com mais de 10 mil metros quadrados, espaço reservado para este
tipo de atividade, para os donos levarem os seus cãezinhos para o lazer, para o
bem do animal e de seu proprietário, animais que ficam muitas vezes dentro de
apartamentos, dentro de terrenos, e que teriam um espaço para correr e brincar
com segurança. Mas está muito confusa, no meu entendimento, esta questão.
Então, eu protocolei um Pedido de Informações, porque no site da Secretaria
da Cultura diz que toda a Redenção é tombada. E, se os senhores entrarem no site da Redenção, tem ali o documento
oficial do tombamento, que é por parte da Prefeitura e envolve duas
Secretarias: a própria Cultura e a SMAM. E esse documento oficial dá uma
relação de todos os lugares tombados – subentende-se –, porque é uma relação. E
eu gostaria que fosse registrado na mente de todos os senhores, porque essa
relação diz: Lago, Ilha, Mirante, Ancoradouro, antigo Embarcadouro, Araújo
Vianna, Monumento ao Expedicionário, Recanto Solar, Recanto Oriental, Recanto
Europeu... Ele dá uma relação de lugares, dando a entender... Porque, quando
você tem uma relação dizendo tais, tais e tais casas, subentende-se que há
casas que não podem, é até uma analogia, porque. Senão. diria: toda a Redenção,
no documento oficial, e no documento oficial não diz que é toda a Redenção.
O
que eu quero dizer com isso?
Aí
me foi dito: “Não vai ser o Recanto do Amigo Fiel porque é tombado”. Bom, até
num lugar tombado pode haver alteração, desde que haja autorização do Compahc.
Havendo autorização, pode. Até onde pode alterar alguma coisa? Pode colocar
bancos? Pode tirar o charco, porque está úmido demais? Pode fazer drenagem?
Pode colocar alguma coisa que faça sombra ou não? Porque no Minizoo, falando em
sombra, tem sombra demais. Se os senhores forem hoje no Minizoo, verão que é um
lugar totalmente impróprio para levar um cãozinho, para se ter pessoas
conversando, não é um lugar adequado. De abril a novembro, aquele lugar é
úmido, é molhado, é frio e tem sombra, com uma cobertura de galhos, de árvores
frondosas que dá sombra total; não entram raios de sol ali. E onde se levam
cães, tem a urina, tem as fezes, e o sol é indispensável, até para a
esterilização de bactérias, de agentes patológicos causadores de diversas
moléstias. E ali não pega sol. Então, nós fizemos um pedido para a Prefeitura
para revogar a Lei. Eu vou entregar, após a minha fala – e gostaria que fosse
registrado pela câmera fotográfica daqui a pouco, por gentileza – este
documento, para ficar registrado nesta Casa, o protocolo de pedido de Audiência
Pública. Nós temos que ouvir os frequentadores, não podemos dar um canetaço ou
tomar uma decisão nesta Casa sem saber por parte dos donos dos animaizinhos,
dos cãezinhos, se o lugar é bom ou não é bom. Eles é que sabem. Só sei que hoje
existe uma cultura de frequentadores em um lugar; fomos nesse lugar fazer uma
pesquisa, há uma alteração, e fui informado pelo jornal, o Governo não veio
falar. Acho isso um desrespeito. Gosto demais da primeira-dama, ela faz um
excelente trabalho.
O
Sr. Alceu Brasinha: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Elias Vidal, o senhor está preocupado e tem razão, porque os
bichos também sentem, passear no molhado, na umidade é muito difícil. Tem
cachorros que são criados em apartamentos. Quero dizer que o senhor tem razão
nesse trabalho que o senhor faz, está preocupado com os bichinhos.
O
SR. ELIAS VIDAL: Agradeço, Ver. Brasinha. Conto com o seu apoio, virá à
votação neste plenário, e gostaria, em um primeiro momento, de um apoio em
relação à Audiência Pública para que nós possamos ouvir os frequentadores, os
donos dos animaizinhos, porque o atual local para onde está se pensando em
levar não é o lugar adequado. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, quero entregar o nosso pedido de Audiência
Pública (Lê.): “O Vereador que subscreve requer a realização de audiência
pública para debater a questão da destinação de espaços no Parque Farroupilha
para a circulação e a permanência de cães sem o uso de guia e coleira, matéria
objeto da Lei nº 11.263, de 16 de abril de 2012, bem como o Projeto de Lei do
Legislativo nº 038/12 (Proc. nº 0506/12) e Projeto de Lei do Executivo nº 26/12
(Proc. nº 1050/12).”
O SR. PRESIDENTE
(Mauro Zacher): Encaminharei para a Mesa Diretora.
Solicito a
abertura do painel eletrônico para verificação de quórum, solicitada pelo Ver.
João Bosco Vaz. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Quatorze
presentes, há quórum.
O Ver. Márcio
Bins Ely está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Ver. Mauro Zacher, Presidente; Vereadoras e Vereadores, público que nos
assiste nas galerias, pela TVCâmara, senhoras e senhores, venho a esta tribuna,
em período de Pauta, para tecer comentários com relação ao PLCE nº 004/12, que
institui Regiões de Potencial Tecnológico, REPOTs, no Município de Porto Alegre
e dá outras providências. Quero dizer que estive pessoalmente empenhado na
elaboração deste Projeto de Lei, porque acredito que, na América Latina e da
América Central, do México para baixo, não existe nada em termos de tecnologia
que supere o Cientec. Hoje, Porto Alegre tem um núcleo tecnológico que
poderíamos chamar de um triângulo tecnológico, composto pelas empresas estabelecidas
no Tecnopuc, na UFRGS, e no entorno do Cientec. O nosso entendimento é de que
esse setor da economia gera
emprego, gera renda, e os salários são de um porte elevado para a atual
situação econômica do nosso País, do nosso Estado, da nossa Capital. Sem contar
que a produção oriunda dessa tecnologia é ecologicamente correta, ela segue os
princípios de sustentabilidade, Ver. Brasinha. E não é só nesse triângulo
tecnológico, mas também na extensão da Av. Ipiranga, onde há uma série de
hospitais que trabalham, também, com a biotecnologia.
Eu
queria cumprimentar o Prefeito Fortunati e toda a equipe que se empenhou, não
só do Planejamento, mas do InovaPoa, da Procempa; o envolvimento com a
sociedade civil organizada, em várias reuniões com o Comcet – Conselho
Municipal de Ciência e Tecnologia -, com a Presidente Rita Chang, o nosso
Vice-Presidente André Imar, que responde pela Procempa; o Secretário Newton
Braga Rosa; o arquiteto Zubaran, da Supervisão de Desenvolvimento Urbano; o
Eng.º Breno, também da Supervisão de Planejamento Urbano, e todos aqueles que
se envolveram nesse projeto. Fazendo referência aos dois servidores, um de cada
supervisão, eu quero aqui registrar todo o empenho, porque o primeiro passo
para que se estabeleça esse regramento na Cidade – que é territorial, num
primeiro momento -, a partir desse conceito, que é uma região de potencial
tecnológico. Hoje a Cidade é estruturada, o Plano Diretor traz regramento por
UEUs - Unidades de Estruturação Urbana - nessa divisão de loteamentos com quarteirões.
Enfim, é necessário que se possa fazer um gravame e que se estabeleça onde
daremos prioridade para a instalação de empresas de TI - Tecnologia da
Informação. Por que eu quero concordar com esta iniciativa? Porque assim
funciona também o princípio de organização, de preservação, por exemplo, do
patrimônio cultural edificado. Está aqui a Ver.ª Celeste, que acompanhou o
debate sobre as Áreas de Interesse Cultural, por exemplo, e que, a partir da
revisão do Plano Diretor, agora em 2010, foi estabelecido um novo conceito.
Além das Áreas de Interesse Cultural, nós temos as Áreas de Ambiência Cultural,
que são o entorno das Áreas de Interesse Cultural. Por exemplo, nós não podemos
construir algo em torno da Catedral ou em torno da Usina do Gasômetro que possa
ofuscar aquele patrimônio cultural edificado. Ao mesmo tempo, Ver. Bosco, se
nós pudéssemos concentrar as empresas de tecnologia em determinado setor da
Cidade, nós ali estaríamos também agregando valor econômico, economizando
distâncias, estabelecendo um regramento para que, por exemplo, entre a IBM e
uma empresa de chips, não estabeleça
ali - nada contra - o armazém do Joãozinho e da Mariazinha, ou um loteamento
onde morem, sei lá, duas ou três mil pessoas, um condomínio com unidades
habitacionais, porque não cria ambiência.
Por
que, a exemplo do Vale do Silício, não podemos, aqui, estabelecer a Lomba do
Silício?
Então,
é nesse sentido que queremos tecer, aqui, algumas considerações. Acho que este
mapa foi muito bem debatido, nós levamos ao Conselho do Plano Diretor o
conhecimento dessa iniciativa, primeiro. Lá no Conselho do Plano Diretor, as
regiões de planejamento entenderam, Ver. Mauro Zacher, que nós deveríamos
incluir também uma área, e destinar uma região de potencial tecnológico lá na
Restinga, lá no Extremo-Sul, porque já temos lá o Distrito Industrial da
Restinga, e, agora, já está chegando o Hospital Moinhos da Restinga, e outras
iniciativas que estão coordenando e firmando um núcleo de ocupação intensiva na
Cidade.
Por
solicitação e contribuição da Região de Planejamento 8, também se fez uma
mancha proporcionando a instalação de empresas de potencial tecnológico também
lá na Restinga.
O Sr. Adeli Sell: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Coloca bem a questão da Restinga, porque quando se pensou o Parque
Industrial da Restinga, foi numa época em que nós ainda estávamos num período
de industrialização de Porto Alegre, em alguns lugares, só que o mundo do
trabalho mudou.
Portanto,
a questão de a Restinga também ser um ponto de atração tecnológica, parece-me
uma posição correta. Quero apoiar!
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Obrigado, Ver. Adeli. E este também foi
o entendimento do Conselho do Plano Diretor, que reúne lá a sociedade civil,
que tem a União representada pela UFRGS, que tem o Estado representado pela
Metroplan, e os demais órgãos municipais, as entidades da sociedade civil
organizada, as oito regiões de planejamento que têm eleições de dois em dois
anos. Então, este foi um Projeto de Lei debatido pelo Prefeito José Fortunati, pela
Prefeitura Municipal de Porto Alegre com a Cidade e com a sociedade.
E
nós queremos, aqui, cumprimentar e dizer que estaremos apoiando a aprovação e a
agilização da aprovação deste Projeto, que é muito importante para Porto
Alegre, porque ele representa um avanço em termos tecnológicos e um passo
pioneiro para que Porto Alegre se inclua no rol das cidades que atraem
tecnologia. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Visivelmente não há quórum. Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h26min.)
*
* * * *